Após 50 anos, um novo tratamento com injeção para asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) recebe elogios dos médicos e promete ser revolucionário. Os primeiros resultados positivos aparecem em 28 dias.
A inovação está na forma de utilizá-lo: agora, de maneira injetável, logo no início dos sintomas e em crise. A injeção, nos testes realizados, demonstrou ser mais eficiente do que o uso de comprimidos de esteroides. Para os médicos, será uma “virada de jogo” na vida dos pacientes.
A medicação reduziu a necessidade de tratamento adicional em 30%. Para os médicos, o novo tratamento é um “avanço” e um “divisor de águas”. Os resultados foram publicados na revista científica Lancet Respiratory Medicine.
Anticorpo monoclonal
O anticorpo monoclonal benralizumab tem como alvo glóbulos brancos específicos, chamados eosinófilos, para reduzir a inflamação pulmonar.
É usado como um tratamento repetido para asma grave em uma dose baixa. Porém, um estudo descobriu que uma dose única mais elevada pode ser muito eficaz se injetada no momento de um surto.
Benralizumab é um medicamento seguro e eficaz usado para controlar asma grave. Nos testes, foi aplicado em situação de crise. Os resultados foram excelentes.
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Elogios muito especiais
A pesquisadora principal, professora Mona Bafadhel, do King’s College London, acredita na eficiência do tratamento.
“Pode ser um divisor de águas para pessoas com asma e DPOC. O tratamento para as exacerbações de asma e DPOC não mudou em 50 anos, apesar de causar 3,8 milhões de mortes no mundo todo por ano combinadas”, disse ela ao The Guardian.
O estudo envolveu 158 pessoas, liderado pelo King’s e realizado nos hospitais da Universidade de Oxford, NHS Foundation Trust e Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust, dividiu os pacientes aleatoriamente em três grupos.
Resultados após 28 dias
Um grupo recebeu a injeção de benralizumabe e comprimidos de placebo. Outro grupo recebeu tratamento padrão de esteroides de prednisolona, 30 mg por dia durante cinco dias, e uma injeção de placebo. O terceiro grupo recebeu a injeção de benralizumabe e esteroides.
Após 28 dias, os sintomas respiratórios de tosse, chiado, falta de ar e escarro foram considerados melhores naqueles que tomaram benralizumabe, independentemente de também estarem tomando esteroides.
Depois de 90 dias, houve quatro vezes menos pessoas no grupo benralizumabe que falharam no tratamento em comparação com aqueles que receberam esteroides.
Samantha Walker, diretora de pesquisa e inovação da Ashtma and Lung UK, comemorou as descobertas. “É assustador que este seja o primeiro novo tratamento para aqueles que sofrem de asma e ataques de DPOC em 50 anos, indicando o quão desesperadamente subfinanciada é a pesquisa sobre saúde pulmonar.”
Vai ciência!