Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro Universitário UDF, descobriram que uma substância, presente na goiaba, pode ajudar a combater o câncer. Vai ciência!
Segundo o estudo, o licopeno possui propriedades antioxidantes que ajudam na prevenção e até mesmo no tratamento de várias doenças, incluindo o câncer de mama o câncer de próstata.
“A goiaba se tornou uma matéria prima da molécula porque em rendimento ela se torna superior. Então você tem uma substância com propriedades antioxidantes, inclusive com propriedades antioxidantes superiores ao que existe no mercado e um alto rendimento da molécula a partir da matéria-prima”, disse a pesquisa-colaborada da UnB e professora nos cursos de Saúde e Ciências Biológicos do Centro Universitário UDF, Andreanne Gomes Vasconcelos.
Por que a goiaba
O licopeno é o pigmento responsável pela cor avermelhada dos alimentos. Quando absorvido pelo organismo, pode impedir e reparar os danos causados às células humanas.
O licopeno é encontrado também no tomate, melancia e outras frutas vermelhas.
Segundo pesquisadora, a escolha para estudar a goiaba, e não as outras frutas, se deu pelo seu rendimento.
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Extraindo a substância
Apesar disso, não basta sair por aí comendo goiaba. Andreanne disse que a concentração da substância na fruta é baixa e foi preciso desenvolver um método para extraí-la.
“Criamos um método de extração do licopeno da goiaba. É uma tecnologia brasileira e então não é só comer a goiaba. Existe um método que obtém essa substância com um grau de pureza superior a 90% e com essa substância purifica é possível fazer formulações, medicamentos e cápsulas”, destacou em entrevista ao Correio Braziliense.
Assim, os alimentos poderiam ser enriquecidos com licopenos e colocados em dietas de pessoas com condições inflamatórias, por exemplo.
Terapia contra o câncer
A leitura científica aponta que o licopeno tem ação comprovada diretamente em doenças cujo estresse oxidativo faz parte de sua origem.
As células cancerígenas, por exemplo, precisam aumentar o estresse oxidativo para se multiplicarem.
Uma das hipóteses que o grupo trabalha é que os compostos com licopeno podem diminuir justamente esse estresse e ajudar na terapia contra a enfermidade.
Outra doenças
No mestrado da pesquisa, Andreanne se debruçou com testes anti inflamatórios, e durante o doutorado, em testes contra o câncer de mama e próstata.
“Como a substância antioxidante, o licopeno é capaz de prevenir e tratar uma grande diversidade de doenças. Diabetes, doenças cardiovasculares e artrite.”
O grupo está próximo de iniciar um ensaio clínico. “Estamos com um projeto para pesquisa clínica, mas na área de cosméticos. É uma formulação para tratar condições inflamatórias da pele, como acne, melasma, rosácea ou melhorar o aspecto da pele no sentido de rejuvenescimento e envelhecimento precoce”, finalizou.