Estudantes do MT criam sistema que monitora tuberculose com uso de IA
Um grupo de estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) desenvolveu uma ferramenta que usa inteligência artificial (IA) para monitorar a tuberculose.
O “TB-MT Dashboard” é um projeto que mapeia os casos da doença e ajuda a prever cenários futuros. Com isso, os gestores de saúde podem tomar decisões rápidas e mais eficientes.
No Mato Grosso, que registrou 1.980 casos da doença até o início de dezembro, os gestores já começaram a usar a ferramenta. Apesar de precisar superar alguns desafios de financiamento, o grupo está confiante de que essa ferramenta é uma novidade que vai transformar o combate à doença no país.
Como funciona
O sistema foi criado com base em dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), utilizado pelo SUS.
A partir dessas informações, o TB-MT usa estatística espacial e aprendizado de máquina.
Além de identificar as áreas de maior risco, o projeto consegue prever a interrupção de tratamentos e estimar óbitos relacionados à doença.
O melhor é que tudo isso é feito em um painel muito interativo, que permite que os profissionais de saúde e gestores observem os dados de uma forma bem clara.
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Grande impacto
Para a coordenadora da pesquisa, Josilene Dália Alves, o principal objetivo do TB-MT Dashboard é apoiar decisões futuras no enfrentamento da tuberculose.
“Desde minha vivência como profissional de saúde até minhas últimas pesquisas realizadas dentro do EpiGeo-Araguaia, tenho visto o forte impacto desta doença na vida das pessoas. Apesar dos esforços significativos para o seu controle, questões como diagnóstico tardio, interrupção do tratamento e óbitos pela doença permanecem como obstáculos que precisam ser urgentemente superados”, disse em entrevista ao G1.
Desafios no caminho
Apesar dos ótimos resultados, o projeto enfrenta alguns desafios.
“Hoje a verba que conseguimos foi para construir essa ferramenta. Saímos do zero, montamos equipe, pagamos os bolsistas, compramos os computadores. Hoje, nosso laboratório tenta manter ao máximo as tecnologias que a gente faz no ar, mas não tem financiamento e nem dinheiro para isso”, destacou a professora.
Além disso, outra grande barreira a ser superada é a da completude das fichas de notificação. Isso dificulta a análise dos dados.
Mesmo com tantos desafios, o “TB-MT” segue fazendo a diferença e já há planos para desenvolver uma ferramenta com dados de todo o território nacional.