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Mãe brasileira encontra filhos gêmeos levados há 40 anos para a Alemanha

Renata Dias
19 / 01 / 2025 às 10 : 51
Essa mãe brasileira, chamada Dona Raimunda, finalmente, reencontra os filhos gêmeos, separados dela, e levados para a Alemanha sem sua autorização há 40 anos. - Foto: Correio da Bahia
Essa mãe brasileira, chamada Dona Raimunda, finalmente, reencontra os filhos gêmeos, separados dela, e levados para a Alemanha sem sua autorização há 40 anos. - Foto: Correio da Bahia

As orações da Dona Raimunda Conceição Bonfim, de 65 anos, moradora de Salvador, na Bahia, foram ouvidas. A mãe brasileira, após 40 anos, teve notícia dos filhos gêmeos Alex e Alexssandro, separados dela, ainda quando era jovem, e levados para a Alemanha.

Dona Raimunda alega que houve uma adoção ilegal dos bebês. Desde então, não houve um dia sequer que ela tenha parado de pensar nos gêmeos que moram do outro lado do oceano. Mas tudo mudou ao receber uma desconhecida em casa que trazia informações sobre os filhos.

“Um dia recebi uma ligação estranha de Alexandre, meu filho. Ele dizia: ‘Mãe, onde a senhora está?’. Fiquei nervosa, achando que algo ruim tinha acontecido. Quando cheguei em casa, ele me abraçou e falou: ‘Mãe, seus filhos estão procurando a senhora’”, lembrou.

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A notícia boa

Raimunda chorou de alegria. A notícia boa foi trazida por uma integrante de uma ONG alemã de direitos humanos que busca famílias de crianças que querem saber suas origens. A busca, finalmente, teve fim.

“Hoje, agradeço a Deus todos os dias por meus filhos estarem vivos. Não estão no mundo do crime, nem perdidos. Alex é um menino maravilhoso e me disse: ‘Mãe, eu sempre soube que a senhora lutou. Sempre foi a senhora sozinha.’ Essa frase é uma dádiva para mim. Tudo que quero é estar perto deles, ver meus filhos felizes, depois de tudo que passaram. Eles são guerreiros.”

O reencontro, por enquanto, foi virtual. Com Alex, Dona Raimunda conversou, via videochamada, e com ajuda de intérprete. Ficou muito triste ao saber que os gêmeos tiveram uma infância sofrida com pais adotivos agressivos e nada compreensivos, segundo o Correio da Bahia.

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Preconceito na Alemanha

A mãe lembra que, como ambulante na juventude, lutou muito para sustentar sozinha os três filhos. Na ocasião, ela pensou que a melhor opção fosse colocá-los em um local onde pudessem viver em segurança e longe da fome.

“Para mim, naquela época, orfanato e creche eram a mesma coisa. Foi só há pouco tempo que entendi a diferença entre os dois”, contou ela. “Sempre insisti que queria visitá-los”, ressaltou. “Mas a regra era deixá-los lá sem possibilidade de visitas.”

Na Alemanha, Alex e Alexssandro têm uma vida bastante difícil. Alex trabalha como segurança em boates e faz bicos, mas enfrenta preconceito por ser brasileiro e preto. É casado e pai de duas crianças.

O processo de adoção

As crianças passaram por um centro de triagem e foram enviados a um orfanato da cidade.

Ao visitar os filhos, a mãe descobriu que não estavam mais lá porque tinham sido enviados para a família Gusenburg, na Alemanha Ocidental. Os garotos, inclusive, já haviam sido registrados com novos nomes.

Dona Raimunda não sabia o que fazer. Ela reafirma que sempre negou autorização para adoção.

Mas, enfim, chegou o momento de reunir a família e acabar com a espera e o sofrimento.

Os gêmeos Alexssandro e Alex, que moram na Alemanha, pediram ajuda a uma ONG para reencontrar a mãe brasileira. Foto: Arquivo Pessoal/Correio da Bahia
Os gêmeos Alexssandro e Alex, que moram na Alemanha, pediram ajuda a uma ONG para reencontrar a mãe brasileira. Foto: Arquivo Pessoal/Correio da Bahia
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