Psicose: brasileira ganha prêmio internacional para jovens cientistas; 1ª do Brasil

Uma nova terapia para quem sofre de transtornos de ordem mental e comportamento, desenvolvida no Brasil foi reconhecida no exterior. A brasileira Fabiana Corsi Zuelli ganhou o prêmio internacional, por seu estudo sobre psicose, concedido pela Rede Universal de Educação Científica e Pesquisa (USERN, da sigla em inglês) concedido a cientistas.

A pesquisadora é pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Ela é a primeira brasileira a receber o USERN Prize.

Fabiana foi premiada na categoria de Ciências Médicas pela pesquisa sobre os mecanismos imunológicos das psicoses. Ela mostrou como tratamentos anti-inflamatórios cujo alvo são biomarcadores imunológicos em pacientes com psicose podem melhorar a inflamação e os resultados comportamentais.

Reconhecimento internacional

O estudo foi destaque pela profundidade e inovação. Para Fabiana, o reconhecimento representa um avanço nos tratamentos relativos à saúde mental.

“Há evidências genéticas e epidemiológicas que mostram um perfil inflamatório de baixo grau em pacientes no primeiro episódio psicótico”, disse Fabiana à Agência Fapesp.

“Nossos estudos mostram que esse perfil está associado a sintomas psiquiátricos tidos como transdiagnósticos, como a redução do prazer e motivação. O próximo passo é avançar para estudos de imunofenotipagem celular, que poderão direcionar novos alvos terapêuticos para futuros ensaios clínicos personalizados.”

Leia mais notícia boa

• Brasileiros que melhoraram após uso da Cannabis mostram a força do medicamento
• Depressão: FDA aprova estimulação magnética transcraniana para tratar doença
• Retrospectivas de fim de ano são gatilho para ansiedade, alerta psicólogo; saúde mental

Estudos no Brasil

A brasileira fez as pesquisas pelo programa de Neurociências, sob orientação da professora Cristina Marta Del-Ben, da FMRP. O estudo faz parte de um consórcio europeu multicêntrico que investiga interações entre genes e ambiente na esquizofrenia e outros transtornos psicóticos.

A cientista investigou interações entre mediadores inflamatórios mensurados no sangue de pacientes em primeiro episódio psicótico e fatores ambientais de risco modificáveis, como traumas na infância e consumo de maconha.

No Brasil, o projeto temático foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e coordenado pelo professor Paulo Rossi Menezes, da Faculdade de Medicina da USP.

Prêmio científico

A Universal Scientific Education and Research Network (Usern), Rede Universal de Educação Científica e Pesquisa, premia anualmente cientistas em início de carreira que se destacam por suas contribuições científicas e humanitárias.

O conselho que escolheu a pesquisa da brasileira é formado por mais de 600 cientistas pertencentes ao top 1% global, incluindo 20 ganhadores de Prêmios Nobel e Abel.

O prêmio foi entregue durante o Festival de Premiação do Usern Prize celebra pesquisas nas áreas de Ciências Formais, Ciências Físico-Químicas, Ciências Biológicas, Ciências Médicas e Ciências Sociais.

Em 2024, a premiação contou com mais de 90 mil indicações, das quais apenas 249 passaram para a fase final de avaliação nas cinco grandes áreas de ciência.

O prêmio internacional concedido à brasileira reconhece o avanço da pesquisa sobre psicose e a contribuição social que vai gerar. Foto: FAPESP