L’Oréal lança campanha contra racismo no mercado de luxo da beleza
Que bela iniciativa. O Grupo L’Oréal lançou uma campanha para combater o racismo em ambientes de luxo e tornar o mercado mais inclusivo. Para o projeto, a L’Oréal encomendou uma pesquisa que mostrou que nove em cada dez consumidores pretos relatam episódios de racismo em estabelecimentos de luxo. A principal diferença está no atendimento em relação a clientes brancos.
Em parceria com o Estúdio Nina, uma consultoria especializada no público preto , a marca investigou a fundo os desafios enfrentados e propôs soluções concretas para o enfrentamento do racismo no Brasil.
“Desenvolvemos o Afroluxo com o propósito de transformar o mercado de luxo no Brasil, que é majoritariamente branco, onde o negro é raramente visto como consumidor target, embora ele seja. Hoje, mais de 40% do público que consome exclusivamente fragrâncias importadas no Brasil é negro. Nesse sentido, o Afroluxo é um passo importante para quebrar o silêncio sobre o racismo no setor e já nasce com a visão de que o futuro do luxo no Brasil é negro” contou Bianca Ferreira, head de Comunicação, Advocacy & Influência, Sustentabilidade, Diversidade & Inclusão e Eventos da L’Oréal Luxo.
Como acontece o racismo em lojas de luxo
Os dados da pesquisa “Racismo no varejo de beleza de luxo” são alarmantes. Além dos 91% dos ouvidos terem contado que sofreram racismo em lojas de luxo, o grupo também mapeou as formas pelas quais o racismo se manifesta nesses espaços.
Entre as críticas, estavam a sensação de sentir vigiado (74%), dúvida se o cliente tinha condição de pagar (57%) e a sensação de olhares julgadores (55%).
A gigante dos cosméticos pretende fazer do projeto uma plataforma contínua de combate à discriminação.
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Pilares da transformação
O projeto terá três pilares principais: transformar os negócios, empoderar o ecossistema e impactar positivamente a sociedade.
Como primeira meta, o grupo quer ampliar o portfólio de produtos para pessoas de pele preta.
Além disso, com auditorias anuais nas lojas com foco em viés racial e treinamento antirracista obrigatório para as equipes de vendas, a L’Oréal promete qualificar melhor os funcionários sobre a temática.
Por último, a criação do Pacto Afroluxo de Enfrentamento ao Racismo quer criar uma coalizão para engajar o varejo e a indústria sobre a pauta racial.
Compromisso com inclusão
Segundo Eduardo Paiva, head de Diversidade, Equidade & Inclusão do Grupo L’Oréal no Brasil, a beleza precisa ser inclusiva.
“No Grupo L’Oréal, nós criamos a beleza que move o mundo, uma beleza cada vez mais diversa e inclusiva. Nosso segmento dialoga intimamente com a identidade individual e a expressão coletiva, por isso é tão importante que as empresas sejam parte da solução dos problemas que a sociedade enfrenta, incluindo a luta antirracista”, explicou.
Racismo é crime
Só para lembrar, racismo é crime no Brasil.
A Lei 14.532, de 2023, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, teve a pena aumentada de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão.
Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo, esclareceu a Agência Senado em 2023.
Veja no gráfico o que a pesquisa encomendada pela L’Oréal apurou: