Nova técnica brasileira contra câncer de mama congela tumores e tem 100% de sucesso; Unifesp
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveu uma nova técnica para tratamento do câncer de mama que é minimamente invasiva e mostrou 100% de eficácia nos resultados iniciais.
A crioablação, como é chamada, utiliza nitrogênio líquido e permite que os profissionais de saúde consigam congelar e destruir células cancerígenas, em tumores com menos de 2 cm. A técnica foi realizada na Unidade Diagnóstica de Mastologia do Hospital São Paulo, na semana passada e faz parte de um protocolo de uma pesquisa inédita na América Latina. Ao
“A primeira parte do estudo (first trial) consistiu na realização da crioablação seguida de cirurgia. Essa etapa inicial, que contou com aproximadamente 60 casos, obteve uma eficácia de 100% para tumores menores do que 2 cm”, disse a professora Vanessa Sanvido.
Como é feita a crioablação
A crioablação usa temperaturas extremamente baixas para destruir células cancerígenas. E o melhor, faz isso de maneira precisa e indolor.
Com uma agulha fina, o nitrogênio líquido a -140ºC é injetado na área afetada e cria um esfera de gelo que elimina o tumor.
Utilizada em países como Israel, Estados Unidos e Japão, o procedimento é indicado para pacientes com tumores menores de 2,5 cm e se mostra muito eficaz.
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600 pacientes
De início, o procedimento foi seguido por cirurgia, em aproximadamente 60 casos.
Agora, o grupo responsável quer avaliar a eficácia da crioablação como tratamento único, sem a necessidade de cirurgia.
O próximo estudo vai envolver mais de 600 pacientes em 15 centros de saúde de São Paulo.
Futuro no SUS
Com a popularização da técnica, e redução dos custos, o professor Afonso Nazário espera que a crioablação possa ser incorporada nos protocolos do SUS em todo o Brasil.
“As agulhas utilizadas no procedimento têm um valor alto. Nós estamos otimistas de que vai dar certo e de que poderemos, futuramente, contar com o procedimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a expansão do uso da crioablação, acreditamos que o custo da agulha vai cair e se tornar mais acessível.”
Segundo o professor, a crioablação pode tirar de 20% a 30% das pacientes da fila de espera por cirurgias no sistema público.
Vai ciência, vai Brasil!