Idoso de 84 anos passa em universidade federal, raspa cabelo e realiza sonho

Aos 84 anos, o idoso João Guerra Pinto, do Espírito Santo, foi aprovado na universidade federal e recusou privilégios na hora do trote: ele raspou a cabeça como todos os colegas!
Após dedicar uma vida inteira ao trabalho, João é o novo calouro do curso de Gemologia na Universidade Federal do Espírito Santo, a Ufes. Para ele, que sempre adorou estudar, sempre é hora para conhecer algo novo.
Durante a preparação, seu João tinha uma rotina com oito horas diárias de estudo. “Nunca é tarde para aprender. Sempre soube que o caminho do bem era o estudo”, disse em entrevista à A Gazeta.
Suporte da família
Com o apoio da família, João concluiu o ensino médio na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e decidiu enfrentar um novo desafio: prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A notícia pegou a família de surpresa, mas ninguém duvidava da determinação do idoso. A filha, Rosa Maria, resgatou apostilas do filho dela e ajudou o pai a estudar. Já a neta, Ariadne Bezerra, deu suporte na hora de preencher o gabarito e entender a prova.
João ainda contou com a ajuda da educadora Eliana Senna Bof, professora aposentada, para aprimorar a escrita.
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“Recompensado pelo esforço”
Quando o resultado saiu, a família comemorou em um coro só: a alegria foi geral.
Para Rosa, o sucesso na prova foi resultado do esforço do pai. “Eu me senti gratificada. Ele foi recompensado pelo esforço. Aprendemos com ele que, quando nos empenhamos, colhemos os resultados”, contou.
Após verificar que tinha nota para três cursos, Arquivologia, Biblioteconomia e Gemologia, o idoso optou pelo último. O estudo de pedras preciosas o cativou.
Sem privilégios no trote
E como todo calouro, João teve que passar pelo trote. Além do churrasco organizado pela família, ele precisou raspar o cabelo.
“Minha mãe ficou com dó quando soube que ele teria que raspar, mas ele logo falou: ‘Se é tradição, eu vou fazer, sem privilégios”, explicou a filha.
