Uma idosa, que está fazendo a terceira faculdade aos 64 anos, tirou nota máxima na semana passada com um trabalho inusitado: o “Funk do Penhor”. (Vídeo abaixo)
Formada em Economia e Contabilidade na UnB, dona Lilian de Azevedo Gonçalves cursa o quinto semestre de Direito na UDF, em Brasília. O grupo dela recebeu da professora Anelise a missão de participar de um seminário sobre práticas inovadoras explicando o que é “penhor”.
A turma teve a ideia de fazer a abertura do trabalho com uma música, mas ninguém sabia cantar. Foi aí que dona Lilian pediu ajuda ao filho dela, o Mc Bockaum.
Formado em Administração, o artista de Brasília já cantou com grandes nomes da música como Mr. Catra, Aviões do Forró, Mc Sapão e Gabriel Diniz, morto esta semana em acidente aéreo.
Ele tem clips com mais de 2 milhões de visualizações no Youtube e mais de 40 mil seguidores no Instagram.
“Na antevéspera da apresentação do seminário, sentei com minha mãe para que ela me desse as coordenadas do tema e a música ficou pronta em 15 minutos”, disse Mc Bockaum, de 35 anos, em entrevista ao SóNotíciaBoa.
Viralizou
Eles gravaram um vídeo, com mãe e filho cantando juntos e também apresentaram o resultado ao vivo na sala de aula.
Mc Bockaum foi até a faculdade para cantar no encerramento do seminário.
A apresentação fez o maior sucesso viralizou na UDF.
Mais que isso: dona Lilian e o grupo dela tiraram nota máxima no trabalho.
A letra
E quem disse que funk não é cultura?
Veja como a letra ensina direitinho o que é penhor e suas consequências para quem não paga a dívida:
Funk do Penhor (McBockaum)
Acabou o caô! É o funk do Penhor!
Quem entrega o bem é o devedor.
Mas quando pagar quem recebe é o credor.
Professora Anelise ensinou
E o Código Civil consolidou.
Se você tem algum bem a empenhar
O dinheiro pode vir na sua mão,
Mas a dívida você tem que quitar
Senão aquele bem vai a leilão.
História
Lilian de Azevedo Gonçalves nasceu em Goiânia e veio para Brasília aos 17 anos.
Na capital federal ela se casou, depois se separou do marido e criou sozinha quatro filhos, três delas meninas.
“Ela se separou do meu pai quando eu tinha 6 anos, porque ele saiu de casa. Ela criou a gente sem pensão, nem auxílio”, lembra Mc Bockaum.
O filho conta que a mãe, logo depois que se aposentou no serviço público federal “notou que para manter a vitalidade precisava continuar produzindo e aprendendo. Foi quando prestou o vestibular para a segunda graduação na UnB e passou em Ciências Contábeis”.
Ela se formou em 2015 e em 2016 começou a fazer a terceira faculdade, Direito.
Hoje ela trabalha no SESC, em cargo de nível superior e paga a faculdade, onde estuda à noite.
“Ela estuda em uma sala lotada de pessoas mais jovens que seus filhos e diz que tem ‘sede de saber’. E tem planos para o futuro: advogar, de preferência na área tributária”, conta Bockaum.
Assista ao vídeo do Funk do Penhor, onde a estudante é chamada de McLilian:
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa
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