Dizem que amigos são irmãos que a vida dá pra gente. Mas no caso do Marco e da Marcela, que se conhecem há pelo menos 7 anos, eles eram irmãos de verdade e não sabiam.
Os dois se conheceram em uma casa de praia e depois passaram a fazer parte do mesmo círculo social, em Natal, no Rio Grande do Norte.
Até que em novembro agora Marco Medeiros e Marcela Barbosa descobriram que são irmãos de sangue e foram separados há mais de 30 anos. As informações são do G1.
Promoção de chocolate
A descoberta do parentesco aconteceu após Marcos decidir participar de uma promoção de uma empresa de chocolate.
“Para fazer meu cadastro, eu precisava da minha hora de nascimento, que eu não sabia. Foi quando eu fui perguntar para a minha mãe [a adotiva]. Ela me trouxe a pulseirinha do hospital, que marcava 18h50”.
Além do horário e do dia do nascimento, a pulseirinha também marcava o nome completo da mãe biológica: Licélia Barbosa Carvalho.
Após tirar uma foto da pulseira, o rapaz conta que decidiu pesquisar o nome da mãe na internet e acabou encontrado um perfil em uma rede social.
“Não tinha informação, mas eu olhei em ‘amigos em comum’ e foi aí que eu vi o perfil de Marcela”.
Como descobriu a irmã
Na sequência, Marco mandou uma mensagem para a amiga.
“Você conhece alguma Licélia Barbosa Carvalho?”, perguntou o rapaz.
“É minha mãe, por quê?”, respondeu Marcela.
Em seguida, Marco questionou se a mãe da amiga já teve outro filho.
“Ela teve mais um e deu para uma família que não podia ter filhos”, respondeu Marcela.
Marco então revelou que o nome da mãe biológica também era Licélia Carvalho.
“Eu estou aqui me tremendo todinha”, respondeu Marcela a Marco.
A adoção do Marco
Abandonada pelo marido na gravidez do segundo filho, Licélia contou que não tinha condições de cuidar da criança e optou por dar o filho à uma outra família.
“Eu era doméstica. Morava com minha prima e ela não tinha condições de criá-lo também. Eu pedi a Deus todo dia: não me leve antes de eu ver meus filhos unidos. Para um ajudar o outro, dar um força”.
Licélia deixou o filho em frente a porta de uma casa.
“Tinha uma menina, que trabalhava em uma cigarreira [banca], que estava aqui na porta. Ela mandou dizer que tinha chegado um menino aqui em casa. A menina que trabalhava aqui comigo disse que tinha chegado um menino muito chorão e que ela não o queria aqui. Ai eu disse: então você vá embora, que o menino vai ficar comigo”, contou Ana Garcia, mãe adotiva de Marco.
De acordo com Ana, ela sempre incentivou o rapaz a buscar informações sobre a mãe biológica, mas ele tinha receio.
“Era medo de certa forma magoar meus pais. Eles não gostarem de eu ir atrás da outra família, poderiam achar que eu iria deixá-los de lado. Eu sempre ia empurrando com a barriga”, disse Marco.
Com informações do G1