Um reencontro entre mãe e filho após 30 anos! Foi por uma videochamada, agora em janeiro, que a empregada doméstica Maria Liete Lopes, 57 anos, pôde matar um pouco da saudade do Giovannni Barone, hoje com 31 anos.
Maria conta que passava muitas dificuldades financeiras quando o filho nasceu. Sem ter condições de cuidar dele, a doméstica decidiu que daria o menino para outra família criar.
“Trabalhava em uma casa em Minas Gerais onde a patroa não aceitava o meu filho. Eu não tinha casa, minha filha morava com a minha mãe. Entreguei meu filho para adoção com 5 dias de vida. Dói muito. Quero o perdão dele”, revelou Maria, que hoje trabalha como doméstica em uma casa na zona norte do Rio.
Realização de um sonho
Para Giovanni, reencontrar a mãe é a realização de um sonho. “No momento em que nos olhamos nos olhos, não houve necessidade de perdão. Realizei um sonho”, afirmou ele.
O rapaz não fala português. Ele foi adotado por uma família italiana e nunca veio ao país. Giovanni é pai de uma menina de 1 ano e diz que, assim que puder, pretende conhecer a mãe biológica, a irmã e os três sobrinhos no Brasil.
A videochamada que Giovanni fez com a mãe, ainda o permitiu conhecer a irmã, que mora em Minas Gerais. Ele também apresentou a mãe adotiva, Concetta e uma amiga, Carla, que mora em Napoli e o ajudou como intérprete na conversa com a mãe, Maria Liete.
Ajuda para encontrar a mãe
A brasileira Carla Santos, de 48 anos, que é amiga de Giovanni há 18 anos, foi a maior incentivadora do jovem a encontrar a família aqui no Brasil.
No dia 3 de janeiro, ela fez um comentário no Facebook sobre uma reportagem que contava a história de uma bebê que foi sequestrada em São Paulo e vendida no mercado de adoções ilegais para uma família francesa.
Na postagem, a jovem realizava o sonho de encontrar a família biológica. A página era a Hacker do Bem, que trabalha realizando esses reencontros emocionantes. Lá ela contou a história do amigo e pediu ajuda.
“Foi Deus quem colocou esse ‘hacker do bem’ no meu caminho. Passei as informações do Giovanni, tudo que tínhamos, e, no dia seguinte, já estávamos no encontro emocionante de mãe e filho, em uma reunião virtual. A mãe adotiva agradeceu à mãe biológica por ter ‘dado’ o Giovanni, como um presente”, revelou Carla.
No dia seguinte, Carla já recebia uma resposta positiva do grupo.
Hacker do bem
O responsável pelo encontro foi um voluntário do grupo, que é engenheiro de software e trabalha com segurança cibernética.
O homem pediu para não ser identificado, mas disse que usou técnicas de buscas de dados para localizar a mãe e a irmã de Giovanni.
“Tem muita gente que trabalha com proteção de dados para ajudar as pessoas, sou o ‘hacker do bem’. Com poucas informações, usei a tecnologia e a busca de dados cibernéticos para encontrar os parentes biológicos de Giovanni, e bingo!”, comemorou.
Com informações de Metrópoles