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Indígenas ajudam a restaurar floresta do parque nacional no PR
28 de maio de 2022
- Monique de Carvalho
Iniciativa prevê ações de restauração de 100 hectares do Parque Nacional Guaricana, que foram desmatados e usados para o cultivo de pinus - Foto: reprodução
Iniciativa prevê ações de restauração de 100 hectares do Parque Nacional Guaricana, que foram desmatados e usados para o cultivo de pinus - Foto: reprodução

O Parque Nacional de Guaricana, na Serra do Mar paranaense, terá 100 hectares restaurados e o projeto terá apoio de indígenas da comunidade Tupã Nhe’é Kretã.

A ideia é formar uma cadeia produtiva com espécies nativas da Mata Atlântica, associada à recuperação de áreas degradadas.

“Com as atividades que serão desenvolvidas em conjunto, será possível restaurar a cobertura florestal de uma área antes usada como plantação de pinus e contribuir com a geração de renda da comunidade”, disse ao Só Notícia Boa Juliano José da Silva Santos, pesquisador do Lactec e coordenador do projeto.

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Essa restauração faz parte de ações realizadas em parceria entre o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – Lactec, e o Fundo Brasileiro para a Diversidade (Funbio).

Mata Atlântica comprometida

A Mata Atlântica está presente em 17 estados brasileiros, mas conta com apenas 12,4% da floresta original atualmente.

A conservação desse bioma é responsável pela regulação do clima, abastecimento de água e preservação da fauna e da flora nativas.

Sabendo disso, a Lactec e a Funbio querem recuperar a área degradada e trazer para a região, não só um potencial turístico maior, mas uma qualidade de vida para as comunidades, fauna e flora da região.

O projeto

As ações vão avaliar ainda a viabilidade de um viveiro de espécies nativas para que a comunidade possa gerenciar, alinhando as tecnologias existentes com os conhecimentos tradicionais.

“Os indígenas já desempenham a função de protetores do Parque, porque moram junto à estrada que dá acesso a ele”, conta Juliano.

Projeto já foi iniciado

Parte do projeto, iniciado em janeiro e com duração prevista de dois anos, envolve a extração dos pinus existentes na área.

“O pinus é considerado uma espécie exótica e invasora que pode causar danos à unidade de conservação ambiental e expulsar espécies nativas, um processo que chamamos de contaminação biológica”, diz o pesquisador.

Desde janeiro, já foram realizados o processo de diagnóstico e delimitação da área a ser restaurada, por meio de georrecohecimento com drones, GPS e imagens de satélites.

Cinco rios cruzam o Parque, que fica localizado em uma área de transição entre as florestas de Araucárias e da Serra do Mar e é lar de espécies como anta, cachorro-do-mato, gato-do-mato e veado-mateiro.

Os próximos passos são decidir quais espécies serão plantadas. Depois de consulta com a comunidade indígena, composta por cerca de 50 pessoas, está previsto o plantio de árvores frutíferas, plantas medicinais e erva-mate nas áreas mais próximas à aldeia.

Área de atuação do projeto de reflorestamento na Serra do Mar - Foto: Lactec
Área de atuação do projeto de reflorestamento na Serra do Mar – Foto: Lactec
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