As gêmeas siamesas Eloá e Sara, de RO, passam bem e estão sendo cuidadas pelos pais em casa, após a cirurgia feita em 2020 por uma equipe médica do InCor, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
E a cirurgia das meninas, que nasceram unidas pelo tórax, foi um sucesso graças à ajuda da Modelagem 3D e o trabalho brilhante de uma equipe de 40 profissionais de saúde.
Os médicos foram auxiliados pela expertise da MedRoom, uma startup que trabalha com tecnologia de modelagem 3D e também dá aulas para o ensino de anatomia em cursos de saúde no Brasil, México, Paraguai e Peru. A tecnologia deles permitiu aos médicos a visualização realista do caso das irmãzinhas, que compartilhavam um fígado apenas. Os corações também estavam ligados por algumas veias.
“Primeiro analisamos a perspectiva de sobrevivência das crianças. Precisávamos saber se elas iriam respirar, ser entubadas e se conseguiriam sobreviver fora do útero da mãe. Começamos com uma tomografia, que nos deu uma ideia a respeito da anatomia e se era possível essa separação. conta o Dr. Marcelo Jatene, diretor da Unidade de Cirurgia Cardíaca Pediátrica do InCor.
Ajuda da realidade virtual
A parceria entre a startup e o Instituto do Coração começou em 2019, quando a organização implantou em seu prédio, por meio de uma parceria também com a Intel, o Andar Digital InCor, uma estação de realidade virtual com a solução para estudo de anatomia e casos clínicos.
A modelagem virtual em 3D da MedRoom foi criada em 2020. Com ela, foi possível compreender a relação entre os dois corações, ossos do peito, fígado e vias circulatórias que estavam interligados nas meninas siamesas.
Modelos 3D foram criados a partir dos exames de imagem, como tomografias feitos nas crianças.
Os médicos confirmaram que realidade virtual ajudou para o sucesso da cirurgia.
“Vislumbramos a possibilidade de fazer a separação, e a parte do VR foi o que nos deu a possibilidade final. Tínhamos uma ideia de fazer por um lado, e a realidade virtual nos ajudou a definir o que julgávamos ser o melhor”, afirmou.
“Esse foi um caso muito desafiador e ao mesmo tempo gratificante, por podermos unir o apoio à equipe cirúrgica com uso de tecnologia de ponta como a realidade virtual 3D e, sobretudo, trazer um benefício para as duas meninas”, conta Guilherme Rabello, gerente Comercial e de Inteligência de Mercado do InovaInCor, núcleo de inovação do InCor e da Fundação Zerbini.
30 dias de preparação
No caso das gêmeas siamesas brasileiras, dois profissionais da MedRoom trabalharam por 30 dias para construir com precisão os modelos 3D gerados a partir dos exames de imagem.
Segundo Sandro Nhaia, CTO e cofundador da edtech, mesmo sendo um grande desafio, “acreditamos muito que a solução da MedRoom traria um diferencial importante para o sucesso da cirurgia. Trabalhar nesse case inédito no Brasil, em conjunto com o nosso parceiro InCor, nos permitiu evoluir ainda mais a nossa tecnologia”.
A recuperação das meninas
A cirurgia de separação foi complexa e a recuperação das meninas também, mas, felizmente, Sara e Eloá estão saudáveis, em casa.
Elas chegaram a ficar 10 meses separadas porque a pequena Eloá precisou permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com a mãe, Jacqueline Carmer, enquanto Sara voltou para Rondônia com o pai, Vanderson Maia.
Hoje elas estão recebendo todos os cuidados dos pais e continuam sendo acompanhadas pelos médicos.
Parabéns aos profissionais envolvidos e aos pais guerreiros, que nunca desistiram das filhas!
Que daqui pra frente a vida delas e da família seja coroada de alegrias!
Com informações do PHB