Flores nascem após incêndios e mostram a força do Cerrado
Flores nascem em meio ao cenário de destruição deixado pelos incêndios no Cerrado. Lindas, frondosas e imponentes. É a natureza dando seu recado: sempre há esperança.
Pés de espécie Hippeastrum goianum, planta conhecida como Amarilis do Cerrado, brotam em vários cantos do Distrito Federal. O servidor público e fotógrafo amador Matheus Ferreira registrou esses pequenos tesouros.
“Para mim, é um símbolo de esperança e de renascimento. Apesar de tudo que as pessoas fazem para destruir a natureza, ela continua firme”, afirmou.
Registros especiais
O fotógrafo costuma compartilhar o que sua câmera capta. “Há quase um mês, essa área de Cerrado, composta por vegetação nativa, pegou fogo e tudo foi devastado. Ficou bem queimado”, disse Matheus à Agência Brasília.
Porém, Matheus disse que soube que havia flores em alguns locais. “Peguei minha máquina e fiquei procurando, até que encontrei esses dois pezinhos dessa flor”, lembrou.
É um contraste: flores amarelas se misturam às árvores secas, troncos caídos e restos de fuligem. A paisagem ganha brilho e emoção.
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Cerrado em recuperação
De acordo com especialistas, a recuperação do Cerrado após a passagem do fogo costuma ser natural.
No entanto, a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Instituto Brasília Ambiental, Marcela Verciani, disse essa avaliação deve considerar cada situação específica.
“A forma como acontece o fogo é prejudicial, porque eleva a temperatura e cria labaredas grandes, o que resulta numa perda considerável de Cerrado. Por isso fazemos o apelo para que as pessoas não usem o fogo nos períodos críticos de seca extrema”, disse ela.
Ações emergenciais
O Instituto Brasília Ambiental contratou 150 brigadistas para atuar em 12 bases durante o período crítico de incêndios e seca.
Segundo a superintendente, está em curso um projeto para contratar a brigada ao longo do ano e não por temporada.
“O combate é importante, mas a prevenção tem tanta ou mais importância”, disse ela, lembrando das ações, como a criação de aceiros, roçadas e queimadas controladas no período mais ameno.