Dor crônica: novo dispositivo de ultrassom pode revolucionar tratamento
Engenheiros da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, criaram um dispositivo que usa ultrassom para aliviar a dor crônica e até mesmo a depressão. E o melhor de tudo, o procedimento não é invasivo!
Chamado de Diadem, o aparelho utiliza ondas sonoras para atingir áreas específicas e profundas do cérebro. Com isso, é possível proporcionar alívio quase que imediato para vários casos de dor crônica, depressão, dependência química e até mesmo transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Em testes iniciais, 75% dos pacientes relataram melhora significativa da condição de dor. Já pessoas com depressão, após uma sessão, 58% sentiram os efeitos positivos do protótipo.
Como funciona
O Diadem é uma verdadeira inovação na medicina não invasiva. O projeto usa 252 feixes de ultrassom que se concentram em áreas específicas do cérebro do paciente. Todas elas são mapeadas previamente por uma ressonância.
Esses feixes conseguem atingir áreas tão pequenas quanto o tamanho de um amendoim. Assim, interferem nos circuitos cerebrais e garantem alívio.
“Essas pessoas, com dor crônica ou depressão, estão presas em algum tipo de loop de atividade cerebral que é patológico. Pela primeira vez, podemos tratar ou pelo menos aliviar os sintomas de muitas dessas pessoas”, disse Tom Riis em entrevista ao 16 WNDU.
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Resultados incríveis
Os primeiros resultados impressionaram os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto.
Para dores crônicas, como as causadas pela endometriose, mais da metade dos participantes do estudo teve melhora significativa logo após o tratamento.
Dos que tinham depressão resistente, 58% também apresentaram grande melhora. Em um dos pacientes os efeitos duraram mais de 40 dias. O número total de participantes do estudo não foi informado.
“Após 30 segundos de sonicação, eles são capazes de dizer: ‘tipo, eu estou bem mais relaxado. Eu me sinto bem mais leve”, explicou Jan Kubanek, engenheiro biomédico na Universidade de Utah.
Pacientes aprovam
Uma das beneficiadas pela inovação é Anna Hansen, que sofre com endometriose desde os 15 anos.
Mesmo tomando uma série de opióides, as dores nunca passavam. Ela, que adorava cuidar do jardim, acabou tendo que parar com a atividade por conta da condição. Até conhecer o Diadem.
“Sinto que posso fazer coisas porque no começo eu era muito cautelosa. Não queria fazer nada que pudesse desencadear o retorno das dores. Ele [o Diadem] me trouxe de volta e me fez muito bem”, declarou.
Mudar condição
O desenvolvimento tradicional de medicamentos e dispositivos para tratar a dor crônica pode ser lento e caro.
Já ao tornar a terapia por ultrassom acessível e barata, a tecnologia pode mudar como essas condições são tratadas, acreditam os pesquisadores.