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Mercosul e União Europeia fecham acordo de livre comércio e Trump fala em retaliações

Renata Dias
07 / 12 / 2024 às 17 : 58
Reunidos no Uruguai, os líderes do Mercosul e União Europeia fecham o acordo, que deve baratear produtos e mercadorias entre os dois blocos, já o presidente Donald Trump pode reagir. - Foto: Presidência da República Brasil /Ricardo Stuckert
Reunidos no Uruguai, os líderes do Mercosul e União Europeia fecham o acordo, que deve baratear produtos e mercadorias entre os dois blocos, já o presidente Donald Trump pode reagir. - Foto: Presidência da República Brasil /Ricardo Stuckert

Depois de 25 anos de negociações, Mercosul e União Europeia fecharam um acordo de livre comércio. A parceria foi firmada durante reunião dos presidentes dos países do Mercosul e líderes dos blocos na cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai.

Porém, há ainda burocracias a resolver, como a revisão jurídica dos textos aprovados. Só aí, o acordo será, finalmente, assinado. O documento precisa ser aprovado pelo Conselho Europeu (27 chefes de Estado ou de governo) e Parlamento Europeu (720 votos).

Mas o anúncio, entretanto, mexeu com o cenário internacional. Analistas econômicos afirmam que, com o presidente Donald Trump no poder nos EUA, é possível que ele ameace com retaliações por atingir diretamente interesses dos norte-americanos.

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Vitória coletiva

O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia deve reduzir as tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. O que na prática significa diminuir os preços de vários produtos que chegam ao consumidor. Ou seja: é possível que muitas mercadorias fiquem mais baratas.

“A realidade geopolítica e econômica global nos mostra que a integração fortalece nossas sociedades, moderniza nossas estruturas produtivas e promove nossa inserção mais competitiva no mundo”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o “acordo com Mercosul é vitória para Europa”. “Esta é a realidade de um acordo que economizará 4 bilhões de euros em taxas de exportação por ano para empresas da União Europeia”.

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O que deve mudar

Com o acordo entre Mercosul e União Europeia, a expectativa é ampliar as parcerias em vários campos de atuação:

  • Cooperação política;
  • Cooperação ambiental;
  • Livre-comércio entre os dois blocos;
  • Normas sanitárias e fitossanitárias – visam o controle de doenças que atingem os alimentos animais e vegetais para exportação;
  • Proteção dos direitos de propriedade intelectual; e
  • Abertura para compras governamentais.

Resistências de alguns

No entanto, na Europa, há países, como a França contrários ao acordo. A resistência é provocada, sobretudo pelo medo de prejuízos aos agricultores franceses – os mais organizados e proporcionalmente mais fortes da União Europeia.

Para os franceses, há risco de concorrência desleal. Também afirmam que a produção vinda do Mercosul não é submetida ao rigor da União Europeia.

Outro desafio vencido é que, embora parte dos temas resolvida em 2019, quando os dois blocos conseguiram alcançar um acordo inicial, era preciso passar por validação, como a ratificação dos parlamentos de todos os países envolvidos, segundo a Presidência da República, G1 e R7.

Após 25 anos, reunidos no Uruguai, os líderes do Mercosul e União Europeia fecham o acordo. A expectativa é incremento comercial e econômico, melhorando também para o consumidor, que deverá pagar menos pelos produtos. Foto: Presidência da República Brasil /Ricardo Stuckert
Após 25 anos, reunidos no Uruguai, os líderes do Mercosul e União Europeia fecham o acordo. A expectativa é incremento comercial e econômico, melhorando também para o consumidor, que deverá pagar menos pelos produtos. Foto: Presidência da República Brasil /Ricardo Stuckert
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