Empresário: para faturar, fuja da síndrome de Tom & Jerry

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Comercial
Por Roberto Garini
Os desenhos de Tom & Jerry são inesquecíveis.
Lembra daquele em que Tom , o gato, aparece montando uma ‘ traquitana’ para apanhar Jerry, o rato?
Parece que será inevitável que o rato será pego, afinal o planejamento e a execução da armadilha foram cuidadosamente executados. Mas por um motivo completamente alheio à vontade dos dois, dá tudo errado e o ratinho escapa feliz da vida.
Imediatamente aparece outra vez o Tom preparando nova ‘traquitana’, abandonando tudo que foi feito anteriormente, sem preocupar-se em consertar o exato ponto onde se deu o fracasso.
Assim é o condutor da pequena e média empresa Brasileira, na sua grande maioria.
Planejada alguma nova meta e, elaborada a execução, ele põe em prática. Mas se alguma coisa der errado, ele abandona tudo e começa tudo de novo à partir do zero, esquecendo tudo que foi feito.
É a chamada síndrome do Tom & Jerry.

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Bem aqui, em frente de casa, alguém abriu um café há 6 meses.
Bem construído, com equipamentos de última geração, charmoso até.
Mas não consegue ter uma clientela permanente ativa.
O primeiro defeito visível é que tem seis lugares para sentar na parte de dentro, no balcão, e quatro mesas fora. Na minha cidade frio é muito frio, e quando chove é muita chuva.
Claro que começou a não dar certo.
Em vez de consertar isso, não, ele apostou no almoço executivo. Esqueceu que um local para almoço é diametralmente diferente de um local para café. Para almoço o local tem que ter cozinha ampla e uma copa para chegada e saída de pratos e bebidas. Conseqüências, o tempo de espera está afugentando a clientela.
Com quatro mesas e seis lugares nas balcões 15 pessoas deixam o local em polvorosa.
Vendo isso o empresário, sem alterar nada, apostou no desconto do preço. Ouvi gente reclamando que nas outras vezes que esteve no café foi usurpado. Óbvio, pagou preço sem desconto.
Como o Tom, passadas duas semanas, ele tirou o desconto. Deve ter percebido que seu movimento aumentou, mas a receita está estável.
O correto seria:
- Ter criado, ainda quando era casa de café, um kit de lanche rápido: com 6 lanches normais e lanches para os que não comem carne. Todos pré-prontos, para serem servidos em dois ou três minutos, no máximo.
- Ter promoções desde a inauguração, como uma fruta grátis de sobremesa.
- Um cartão de fidelização, para que o cliente seja incentivado a retornar, do tipo: a cada dez refeições uma será grátis.
- Uma panfletagem com um folheto bem construído, colorido, que daria acesso a um brinde ao cliente atendido. Trabalhar com o sentimento de perda é infalível. Ninguém gosta de perder um presente
Por que propus tudo isso? Porque ele está a um quarteirão de uma das três maiores universidades da cidade.
roberto.garini@sonoticiaboa.com.br