Gagueira: novo aparelho americano ajuda o gago a falar com fluência
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Foto © UM/Kevin Bain
Um grupo de cientistas da Universidade do Mississippi, nos EUA, desenvolveu um novo aparelho que poderá mudar a vida de pessoas gagas.
O aparelho transmite ao usuário as “vibrações” da garganta quando ele fala e assim facilita a comunicação e melhora a sua qualidade de expressão.
O equipamento tem o tamanho de um telefone celular.
Ele foi criado por Paul Goggans, professor de engenharia elétrica, Dwight Waddell, professor de saúde e ciências do exercício e Greg Snyder, professor de ciências e distúrbios da comunicação, que é gago desde pequeno.
De acordo com as agências internacionais, o dispositivo inovador começou a ser desenvolvido depois de o próprio Greg Snyder ter demonstrado que podia falar de forma mais fluente, simplesmente por sentir a garganta enquanto o conversava.
“Ao sentir a vibração quando falo, recebo um ‘feedback’ que reduz significativamente a gagueira”, revelou o cientista.
“O Dwight entendeu imediatamente a situação e falou cm o Paul, que concordou em criá-lo como projeto numa das suas turmas”, lembrou.
“Desde a infância, somos informados de que a gagueira é um comportamento errado, ruim, que é uma fraqueza pessoal e se trabalharmos apenas um pouco mais podemos falar fluentemente. Mesmo que a gagueira seja uma condição genética e neurológica, as crenças imprecisas e destrutivas ouvidas na infância seguem as pessoas até a idade adulta e podem prejudicar o crescimento pessoal”, afirma o pesquisador Dwight Waddell.
Segundo Goggans, o aparelho é “portátil, alimentado a bateria e fácil de usar”.
No entender do especialista, “estes são atributos importantes porque outros tratamentos para a gagueira, totalmente comportamentais, são mais intensos, requerem muita concentração e são cansativos”, explicou.
“Esta criação oferece uma alternativa promissora que pode ser usada discreta e facilmente todos os dias por adultos”.
Embora não cure a gagueira, o aparelho ajuda a reduzir os efeitos do problema, melhorando a qualidade de vida de quem o utiliza, dizem os seus criadores. Agora, a equipe, que desde então tem trabalhado para apoiar a comunidade de gagos através do combate ao estigma, pretende “incluir o dispositivo num programa de terapia holístico para servir melhor as verdadeiras necessidades dos pacientes”.
Cerca de 1% da população de gagos no mundo tem poucas alternativas disponíveis para o tratamento a longo prazo. Como resultado, essas pessoas, muitas vezes, sofrem graves preconceitos sociais que impedem oportunidades educacionais e ocupacionais.
Os direitos de patente para o dispositivo foram licenciados para a empresa norte-americana Hyperion Technology Group Inc. de Mississippi.
Com informações do Boas Notícias.