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Aluno homenageia o pai com poema e ganha olimpíada de português
13 de dezembro de 2012
- Bruno M.
poema_menino_pai
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Foto: Agência Brasil
Henrique Oliveira, de 12 anos, (foto) é filho de vaqueiro e escreveu um poema inspirado no pai.
O estudante, de José da Penha, cidade de cerca de 6.000 habitantes no Rio Grande do Norte, foi um dos vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa.
Neste ano, o evento teve a participação de cerca de três milhões de alunos de 40 mil escolas públicas.

O menino tem seis irmãos e a escola onde estuda, a Ariamiro Germano da Silveira, tem 120 alunos.

“Acho que vou continuar com poesia mesmo. Ou ser jogador de futebol”, disse à Folha, ao ser questionado sobre o futuro.
A olimpíada foi coordenada pelo Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), em parceria com o Ministério da Educação.
Vinte estudantes de todo o país participaram da premiação.
Os textos são avaliados por profissionais de educação de todo o país. O aluno vencedor ganha um notebook e uma impressora. Professor e escola também são premiados.

Título: Ô de casa?!
Ê, Ê, Ê… Morena
Ô, Ô, Ô… Machada
Ê, Ê, Ê… Grauno
Ô, Ô, Ô… Pelada.
O vaqueiro solta a voz
No oco do mundo,
Com seu aboio triste,
Em poucos segundos,
Encanta gente e gado.
“Eita” aboio profundo!
Chapéu de couro e gibão,
Luvas e peitoral,
Perneiras e sandálias,
Tudo artesanal.
Ofício de meu pai,
Vaqueiro magistral.
O sertanejo anseia
Uma visita em nossa terra,
Faz as honras da casa
E ansioso espera,
São José intercede
E o povo por ela reza.
Quando a visita chega
Molha o tapete vermelho,
Desbota ele todo,
O caminho é só lameiro,
Pra nós é festa,
É festa “pros violeiro”.
Eles cantam e encantam
Aqui no nosso recanto,
Em noite de cantoria
Improvisam com seu canto,
É coisa da nossa gente
Aqui do nosso canto.
Sítio Gerimum
Este é o meu lugar,
Pedaço de chão resistente
Como o povo que aqui está,
Que semeia coragem,
E faz a esperança brotar.
Meu Gerimum é com G,
Você pode ter estranhado,
Gerimum em abundância
Aqui era plantado,
E com a letra G
Meu lugar foi registrado.
Este ano a visita
Raramente se aconchegou,
Sua ausência causou tristeza
E o nosso sertão chorou,
Nem as lágrimas derramadas
O chão seco molhou.
O tempo parece mudado,
Mudou o verde do capim,
A brisa está mais quente,
Não faz um carinho assim,
Até os passarinhos
Voaram pra longe de mim.
Espero que os bons ventos
Fluam em nossa cidade,
Visitem José da Penha
Sem nos deixar saudade,
Tragam-nos boa-nova
Espalhando prosperidade.
Enquanto espero a visita
Você pode entrar,
Também é meu convidado,
Pode se aproximar
Nossa essência permanece
Sinta… Está no ar!
Com informações da Folha.
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