Fim da longa espera. Faroeste Caboclo estreia hoje, quarta-feira, 29, nos principais cinemas do país

“Não tinha medo o tal João de Santo Cristo / Era o que todos diziam quando ele se perdeu / Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda / Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu”.

A continuação da música da Legião Urbana a maioria conhece.

O fim trágico do tal João de Santo Cristo também é conhecido.

Agora os personagens dessa história ganham vida na telona.

“Faroeste Caboclo” é dirigido por René Sampaio.

No cinema João de Santo Cristo é interpretado por Fabrício Boliveira.

Já o ator Felipe Abib será o playboy e traficante Jeremias.

E a linda Ísis Valverde será Maria Lúcia, a mocinha da história de Renato Russo.

O cineasta René Sampaio contou com a ajuda dos roteiristas Marcos Bernstein e Victor Atherino para adaptar as aventuras musicais de João para as telonas.

Na história, João deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília.

Lá, encontra apoio no primo Pablo – personagem de César Troncoso.

Mesmo querendo deixar o passado de tragédias para trás, João de Santo Cristo se envolve com o tráfico de drogas e, em meio a tudo isso, se apaixona por Maria Lúcia, filha de um senador, vivido por Marcos Paulo.

Foi o último trabalho do ator, que faleceu em 11 de novembro do ano passado.

O amor por Maria Lúcia não impede que ele se meta em confusão.

Desta vez, com o traficante Jeremias, com quem em seu embate final.

O filme foi produzido em 2012, teve um orçamento de R$ 6 milhões e será distribuído pela Europa Filmes.

Os direitos de adaptação de Faroeste Caboclo foram adquiridos há sete anos pela Copacabana Filmes.

O filme foi gravado em Brasília e no interior de São Paulo.

Na divisa com Goías, foi construída uma cidade cenográfica para reproduzir a Ceilândia dos anos 80.

Faroeste Caboclo não recomendado para menores de 16 anos.

Faroeste Caboclo foi composta por Renato Russo em 1979, mas só se tornou sucesso nacional em 1987, após o lançamento do disco “Que País é Esse?”, da Legião Urbana.

Renato Russo – que nunca imaginou que sua composição viraria filme -, em 1988, falou sobre o sucesso da música: “Eu acho legal que as pessoas gostem da história. Um motorista de táxi, outro dia, me disse que tinha um amigo que comprou a fita porque era, exatamente, a história do irmão dele. O cara tinha saído de Mato Grosso e ido a Brasília, e morreu num tiroteio no Nordeste. E a canção é totalmente fictícia”.

A canção tem 168 versos.

Apesar da duração incomum para uma canção popular (9’03”), há duas outras composições de Renato ainda mais extensas: Metal Contra as Nuvens (11’22”) e Clarisse (10’32”).

A música foi censurada, junto com “Conexão Amazônica”, do mesmo disco, mas por razão diferente: a presença de palavrões, enquanto “Conexão” foi censurada por causa da temática, sobre o tráfico de drogas.

Porém, em “Faroeste”, foi feita uma edição onde se colocou um sinal sonoro sobre os palavrões. Com isso, a música foi liberada para radiodifusão.

O escritor Paulo Lins, autor do livro que gerou o sucesso Cidade de Deus, prestou consultoria para a dupla de roteiristas de Faroeste Caboclo.

Com cerca de 400 comerciais no currículo, o título marca a estreia do publicitário René Sampaio na direção de um longa.

Com informações do Diário do Litoral.