Vacina ajuda o corpo a matar vírus da Aids
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Foto: BN
Cientistas estão estudando uma nova estratégia para matar o vírus da Aids.
Eles estão estimulando o sistema imunológico com uma vacina que acorda o HIV adormecido – e escondido nos glóbulos brancos – com um “pontapé” químico.
Isso deixa o organismo, mais fortalecido para conseguir identificar e eliminar o vírus.
Um novo estudo, publicado na revista científica Clinical Infectious Diseases, demonstrou que isso deu certo com um paciente.
Os pesquisadores do University College London e da Universidadede Oxford, em Inglaterra, e da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, analisaram a situação clínica de um homem britânico de 59 anos que é um dos chamados “controladores de elite”, isto é, pacientes que têm o vírus, mas não desenvolvem a doença.
Além de VIH, o indivíduo estudado sofria de mieloma, um câncer na medula óssea, tecido que produz glóbulos brancos que ajudam no controle do vírus.
Tratando o mieloma, a medula do paciente foi removida por completo e substituída por células-tronco.
Aí o sistema imunológico do homem ficou muito prejudicado, o que permitiu ao vírus da Aids se reativasse e replicasse, fazendo com que os seus níveis no sangue passassem de 50 cópias por milímetro para cerca de 28.000 cópias por mililitro, antes da reposição da imunidade.
Supresa
Supresa
A grande surpresa aconteceu com esta reposição: quando as funções imunológicas do paciente foram repostas duas semanas após o transplante, os níveis de VIH na corrente sanguínea caíram rapidamente, já que o sistema imunológico conseguiu reduzir a presença do vírus com a mesma eficiência dos mais poderosos tratamentos existentes na atualidade, em cerca de um mês e meio.
“O nosso estudo prova que o sistema imunológico pode ser tão poderoso quanto a mais potente combinação de ‘coquetéis’ medicamentosos”, afirma, em comunicado, Ravi Gupta, pequisador do University College London e coautor do estudo.
“Estamos ainda a uma longa distância de conseguir curar pacientes com VIH, uma vez que ainda é possível desenvolver vacinas eficazes, mas este estudo deixa-nos mais perto de o conseguir, porque demonstra o tipo de resposta imune que uma vacina eficaz deve induzir”.
Cuidado
“Temos de ser cuidadosos na interpretação de observações de um único paciente, mas estas conclusões, mesmo derivadas de um só sujeito, que mostram que o nosso sistema consegue controlar rapidamente o VIH-1, nos dizem muito sobre o tipo de respostas que devemos procurar conseguir com a vacinação”, lembra Nilu Goonetilleke, que também participou no estudo.
A mesma opinião é partilhada por Gupta, que destaca que “ainda é preciso descobrir se uma vacina conseguirá ativar o sistema imunológico de um paciente normal com VIH de forma a matar o vírus com a mesma eficácia que o de um ‘controlador’ de elite”.
“Os resultados são promissores, mas é improvável que levam a uma cura em menos de uma década, no mínimo”, admite o cientista.
Veja o estudo em inglês aqui
Com informações do Boas Notícias