O governo britânico vai perdoar pessoas condenadas pelo antigo ‘crime’ de serem homossexuais. O comunicado anunciando a decisão saiu este mês.
Até 1967, era considerado crime manter relações homossexuais na Inglaterra e no País de Gales. Na Escócia, foi considerado crime até 1980 e na Irlanda do Norte, até 1982.
Uma das vítimas dessa perseguição insana e injusta foi Oscar Wilde (1854-1900). Influente escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa, ele foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por “cometer atos imorais com diversos rapazes”.
Wilde foi preso em 1895 por ser homossexual. Sua família foi exposta, sua reputação atingida e ele morreu em Paris, aos 46 anos, depois de uma profunda depressão.
Sam Gyimah, secretário de Justiça do Reino Unido, afirmou que é muito importante dar perdão a pessoas que foram condenadas por sua orientação sexual, porque elas “seriam inocentes de qualquer crime hoje em dia”.
O “indulto moral” foi proposto pelo deputado John Skarkey, do Partido Liberal-Democrata.
Suicídio
A medida é uma conquista do movimento “Alan Turing Law”, criado em homenagem ao matemático britânico Alan Turing, que ajudou a decifrar os códigos nazistas durante a II Guerra Mundial.
Turing foi condenado por se relacionar com um jovem de 19 anos, em 1952. Ele foi castrado quimicamente e cometeu suicídio dois anos depois.
A rainha Elizabeth II havia concedido perdão ao matemático em 2013, mas o movimento exigia que o perdão fosse concedido a todas as pessoas que foram condenadas por sua orientação sexual.
Uma das pessoas que apoiaram a causa foi o ator britânico Benedict Cumberbatch, que interpretou o matemático no filme “O Jogo da Imitação”.
O escritor e ativista homossexual George Montague, acusado em 1974, comemorou a decisão, mas disse que não aceitará o pedido de perdão.
“Aceitar um perdão é admitir que foi culpado. Eu não fui culpado de nada. Só fui culpado de estar no lugar errado no momento errado”, declarou ele à rede BBC.
Com informações do Super Pride e RPA