A história de Chris Gardner é um exemplo claro de que qualquer pessoa pode mudar o rumo da sua vida e vencer.
A saga deste americano começou na San Francisco, na década de 1980, quando tinha 27 anos.
Desempregado e abandonado pela mulher, ele foi morador de rua por um ano, dormiu com o filho pequeno, Chris Jr., em abrigos da igreja, bancos de praças e banheiros públicos nas estações de trem
A vida começou a mudar quando ele viu um homem numa Ferrari vermelha procurando vaga num estacionamento no centro da cidade.
Impressionado com o carro, ele perguntou ao homem: O que você faz? E como faz?”
O dono da Ferrari disse que era corretor da Bolsa de Valores, vendia ações e faturava US$ 80 mil por mês (atualmente o equivalente a R$ 278 mil).
“Naquele momento tomei duas decisões: entrar no negócio de ações e futuramente comprar uma Ferrari”, contou Gardner à BBC.
O dono da Ferrari se chamava Bob Bridges e ele conseguiu que Gardner fosse entrevistado para a vaga de estágio na DWR.
Apesar da roupa “de ontem”, seu entusiasmo e foco impressionaram: ele conquistou a vaga.
Virada
Após o estágio, Gardner foi contratado e, em 1981, obteve licença para operar oficialmente na Bolsa de Valores.
Depois, conseguiu um emprego na conceituada firma Bear, Stearns & Company. Trabalhou na área de San Francisco e, em seguida, em Nova York.
Aí deslanchou: em 1987, tornou-se empresário independente e abriu a própria companhia, a Gardner Rich.
Aos 62 anos, Gardner tem hoje uma fortuna estimada em US$ 60 milhões (cerca de R$ 209 milhões).
Hollywood
A história do americano Chris Gardner virou um filme, que rendeu a segunda indicação do ator Will Smith ao Oscar, The Pursuit of Happyness (2006) – no Brasil, À Procura da Felicidade.
Mas, mesmo depois de enriquecer de forma tão impressionante e virar um personagem conhecido mundialmente, ele largou tudo e voltou a se reinventar.
Em 2012, seis anos depois do lançamento do filme, a mulher dele morreu aos 55 anos, vítima de um câncer.
A perda o fez reavaliar a vida e, depois de três décadas de muito sucesso no mercado financeiro, ele resolveu mudar completamente de carreira.
Palestrante
Gardner se reinventou como autor de livros e especialista em palestras de motivação.
Hoje ele passa 200 dias por ano viajando pelo mundo e falando para auditórios lotados em mais de 50 países. Além disso, patrocina várias organizações que ajudam os sem-teto e combatem a violência contra as mulheres.
Scott Burns, diretor da corretora americana Morningstar, afirma que Gardner “é uma incrível demonstração de fortaleza”.
Lições de vida
Gardner afirma desmentir a teoria de que todos somos produto do ambiente em que vivemos na infância.
“De acordo com esse pensamento, eu devia ter sido mais um perdedor, alcoólatra, analfabeto, espancador de mulher e abusador de crianças.”
Ele diz que fez suas escolhas positivas graças ao amor da mãe e ao apoio que recebeu de outras pessoas.
“Eu escolhi seguir a luz da minha mãe e de outras pessoas com as quais não compartilho uma só gota de sangue.”
Mãe inspiradora
Nascido em Milwaukee, no Estado do Wisconsin, Gardner não chegou a conhecer o pai.
Cresceu na pobreza ao lado da mãe, Bettye Jean, e de um padrasto alcoólatra e violento.
Também passou um tempo com uma família adotiva depois que a mãe – num momento de desespero – tentou matar o companheiro.
Apesar das desventuras da infância, Gardner diz que ela foi uma inspiração.
“Tive uma dessas mães à moda antiga, que me dizia todos os dias: ‘Filho, você pode ser ou fazer tudo o que quiser'”, conta ele.
“E eu acreditava totalmente nisso.”
O empresário lembra que um dia, quando criança, estava vendo um jogo de basquete na TV e comentou com a mãe que aqueles jogadores podiam ganhar milhões de dólares.
“Minha mãe disse: ‘Filho, um dia será você que vai ganhar um milhão de dólares’. Até ela dizer isso, a ideia nunca tinha me passado pela cabeça.”
Com informações da BBC