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Transexualidade não é doença. Foi retirada da lista da OMS
18 de junho de 2018
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Foto: Pixabay
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A Organização Mundial da Saúde, retirou a transexualidade da lista de doenças mentais. Assim, a OMS deixou de considerar a pessoa transexual, ou transgênero, como paciente com transtorno mental.

A nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CID) foi publicada nesta segunda-feira, 18.

A transexualidade deixou de ser considerada uma doença mental “porque não há evidências de que uma pessoa com um transtorno de identidade de gênero deva ter automaticamente um transtorno mental, embora aconteça muito frequentemente que seja acompanhado de ansiedade ou depressão”.

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Palavras do diretor do departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, Shekhar Saxena.

Saxena observou que se uma pessoa transexual é identificada automaticamente como vítima de um transtorno mental, “em muitos países ela é estigmatizada e pode ter reduzidas as chances de procurar ajuda”.

Até agora, as pessoas que não se identificavam com o sexo que lhes foi atribuído ao nascer eram consideradas doentes mentais pelos principais manuais de diagnóstico, devido à classificação da OMS.

As entidades LGTBI passaram anos reivindicando que a transexualidade, que é um transtorno de identidade de gênero, saísse do compartimento das doenças mentais e entrasse no de comportamentos sexuais.

História

A última revisão desta norma havia sido feita 28 anos atrás.

Durante a última década, especialistas analisaram as informações científicas mais recentes para criar um novo padrão que pudesse ser usado por profissionais da saúde do mundo inteiro.

Cada país, no entanto, precisa se adaptar à nova CID, com prazo até 1º. de janeiro de 2022.

A CID é uma codificação padronizada de todas as doenças, distúrbios, condições e causas de morte.

Essa norma serve para que os países obtenham dados estatísticos e epidemiológicos sobre sua situação sanitária e possam planejar programas de acordo com isso.

Com a mudança, a OMS mantém a transexualidade dentro da classificação para que uma pessoa possa obter ajuda médica se assim desejar, já que em muitos países o sistema sanitário público ou privado não reembolsa o tratamento se o diagnóstico não estiver na lista.

“Queremos que as pessoas que sofrem dessas condições possam obter assistência médica quando a necessitarem”, explicou Shekhar Saxena.

Videogames

Outra mudança da nova CID é a inclusão do vício em videogames como doença mental.

Este transtorno se caracteriza por um padrão de comportamento de jogo “contínuo ou recorrente”.

A OMS estima que entre 2% e 3% dos jogadores de videogames têm um comportamento abusivo, mas salienta que por enquanto faltam dados empíricos.

Saxena esclareceu que o fato de jogar a um game não é nocivo por si só, assim como ingerir álcool também não é, por exemplo.

O problema, diz, ocorre quando o consumo é abusivo e altera o comportamento da pessoa.

“Se a criança, adolescente ou adulto que joga faz isso sem parar e deixa de sair com seus amigos, deixa de fazer atividades com seus pais, se isola, não estuda, não dorme e só quer jogar, esses são sinais de alerta de que poderia ter um comportamento aditivo e que precisa procurar ajuda”, afirmou Saxena.

Com informações do ElPaís

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