A cena de um enfermeiro do SAMU cantando para um idoso com Alzheimer, durante atendimento, fez muita gente se perguntar de quem se tratava essa pessoa iluminada que usa o dom da música pra alegrar as pessoas.
A imagem que está rodando o mundo é do enfermeiro Flávio Vitorino Costa, de 55 anos, socorrista há 10 anos do SAMU no Distrito Federal.
Há 34 anos na enfermagem, ele descobriu a música como principal aliada. Para facilitar a realização de procedimentos, muitas vezes doloridos, Flávio canta para distrair os pacientes. Ele contou ao SóNotíciaBoa como foi o dia em que cantou para o idoso com Alzheimer e viralizou.
“Foi dia 27 de março último. Fomos deslocados para atender um senhor com queixa de dor toráxica e suspeita de infarto… o senhor Wilson nos disse que não sentia dor. Em dado momento ele disse que talvez das dores eram consequência do seu costume de jogar bola na juventude. Eu perguntei o que mais ele gostava de fazer, ele respondeu que gostava de cantar bolero, eu pedi pra ele cantar um, ele disse que não se lembrava de nenhum… Aí eu cantei pra ele e o condutor André fez a filmagem”, contou Flávio Vitorino ao SNB.
Aos poucos, o idoso foi se lembrando da música e o vídeo dos dois cantando juntos foi parar na internet. A gravação tinha 44 mil visualizações até a publicação desta reportagem.
História
Antes de integrar o quadro de socorristas do Samu no Distrito Federal, Flávio trabalhou no Hospital Regional de Sobradinho, entre 1992 e 2008. Na unidade, ele fazia a música chegar aos pacientes logo pela manhã.
“Eu cantava para acordar todo mundo, tipo uma alvorada festiva”, disse ao G1.
“Cantar e fazer o paciente sorrir é o melhor remédio. Ele esquece da dor, gera endorfina e cria empatia por você, por mais que saiba que vai sofrer.”
“O que as pessoas achavam que era exceção, na verdade é a regra. Faço tudo para humanizar o atendimento, trazer pra junto, diminuir o sofrimento. Canto, brinco, conto uma piada.”
Aruc
Filho de cantor, Flávio até cogitou seguir carreira na música, mas foi desencorajado pelo próprio pai.
“Antigamente, levar uma vida de artista, vida boêmia, não era algo muito bem visto. Ele não queria que eu acompanhasse as coisas dele, mas a música sempre esteve na minha vida.”
O aspirante a cantor desviou o caminho profissional para a saúde, mas, nas horas vagas, a atenção ainda se volta para a música.
Ele é um dos diretores de bateria da Escola de Samba Aruc, do Cruzeiro.
“A gente vive numa espiral psicológica muito forte. O tempo inteiro vê gente morrendo, crianças sofrendo, a gente vê o que tem de melhor e de pior no ser humano. Faz um parto, mas vê um idoso ser maltratado e isso te abala, claro. Para não trazer, pra minha vida particular, as mazelas que vejo e não levar as minhas para o Samu, eu faço da música minha válvula de escape”, concluiu.
Assista ao vídeo que fez sucesso na internet:
https://www.youtube.com/watch?v=EqNX8sUQIxg
Com informações do SNB e G1
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