A qualidade dos queijos de Minas Gerais foi premiada com 50 medalhas no 4º concurso “Mondial du Fromage et des Produits Laitiers”.
A disputa terminou esta semana na cidade de Tours, na França.
Entre 952 inscritos de 15 países, os queijeiros de Minas levaram desde de medalhas de bronze até o super ouro, maior condecoração da disputa.
Ao todo, Minas Gerais levou 50 medalhas, enquanto o Brasil levou 56. No último concurso, o estado havia levado 11 medalhas. Neste ano foram:
- 4 super ouros – 3 em MG
- 6 ouros – 5 em MG
- 23 pratas – 20 em MG
- 23 bronzes – 22 em MG
Destaque
Entre as regiões produtoras premiadas em Minas Gerais, o destaque foi para a Serra da Canastra, que acumulou 24 das 56 medalhas brasileiras no concurso. Três delas foram super ouro.
- Três medalhas em Delfinópolis, que fica no Sul de Minas.
- Duas em Piumhi
- Uma em Medereiros
- Uma em Bambuí
- e 17 em São Roque de Minas, cidades que ficam no Centro-Oeste de Minas.
O melhor desempenho da Serra da Canastra, até então, havia sido em 2017, com a conquista de três medalhas de prata. O crescimento foi comemorado pelos produtores da região.
“Isso mostra o trabalho da associação ao ajudar o produtor a desenvolver as suas habilidades na fazenda para produzir um produto cada vez de melhor qualidade e conquistar o mundo todo”, Hygor Douglas de Freitas Faria, gerente projetos da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan).
Sul de Minas
Os produtores do Sul de Minas ganharam 11 medalhas.
Em Cruzília, foram três para a empresa que leva o nome da cidade e tem na origem dinamarquesa uma de suas mais fortes características.
A medalha de ouro, na categoria de massa prensada e longa maturação, foi para o queijo Cruzília 300, de 6.
Como inovação na categoria de cremosos, a empresa ganhou a medalha de prata com um requeijão feio com queijo Gruyére.
O terceiro prêmio de Cruzília foi a medalha de bronze para o queijo Dagano, conhecido como queijo dos “Vikings”. Os três premiados estão em fase de lançamento.
“Aliado ao nosso terroir perfeito para a produção de queijos, e da nossa herança queijeira, sempre contamos com meu irmão Luiz Sergio, como diretor industrial da empresa, um amante da arte de fazer queijos inovadores. Estamos muito orgulhosos”, contou o diretor geral dos Queijos Cruzília Carlos Medeiros de Almeida.
Já em Alagoa, a Fazenda Bela Vista levou a medalha de ouro com o Queijo Artesanal de Alagoa de 60 dias e prata com os queijos de 120 e 45 dias.
O empresário Osvaldo Martins de Barros Filho, conhecido como Osvaldinho, levou a medalha de prata.
Ele apresentou o queijo Alagoa Pequena, de parceiros de sua empresa. Ele já havia conquistado um bronze no mesmo concurso, dois anos atrás, quando se tornou um dos responsáveis por um processo de modernização da produção queijeira na cidade.
“Estou imensamente agradecido a Deus por esta oportunidade de estar aqui, de poder representar Alagoa nesse concurso mundial pela segunda vez e poder levar para lá a medalha de prata. É um orgulho muito grande, uma satisfação inexplicável”, afirma, o dono da Queijos D’Alagoa.
Em Carrancas, cidade que faz parte da microrregião do Campo das Vertentes, produtora de Queijo Minas Artesanal, o produtor José Orlando Ferreira Junior, do Queijo Bicas da Serra, levou a medalha de bronze.
Este é o primeiro prêmio internacional do produtor, que já foi medalha de ouro no concurso estadual de São Roque de Minas, em 2018, e no prêmio nacional de queijo artesanal, em 2017, realizado em São Paulo.
“Estou na atividade produzindo este tipo de queijo há sete anos, tentando resgatar as minhas origens da época dos meus avós e bisavós que faziam esse tipo de queijo. Agora, volto com mais essa medalha para o Sul de Minas”, comemora José Orlando Ferreira Junior.
Condecoração internacional
O Mondial du Fromage é realizado de dois em dois anos.
A premiação leva em consideração a qualidade dos queijos e pode ter diversos medalhistas recebendo a mesma premiação, já que a colocação é determinada pela qualidade de cada queijo em si.
Além dos prêmios pela qualidade do queijo, a Queijos Cruzília e Queijos D’Alagoa também foram homenageadas pela ‘Guilde Internationale des Fromagers’ (ou Grêmio Internacional dos Queijeiros) pelo trabalho realizado em suas respectivas cidades.
Para o produtor dos queijos Cruzília, Luiz Sérgio Medeiros de Almeida, a homenagem veio de surpresa.
“Teve um jantar de gala para abertura do concurso. Eu estava com minha esposa, família, irmão, mais pessoas. E não sabia de homenagem. Chamou alguns nomes e me chamou. Fiquei assustado, fui lá, receber essa homenagem, leram um texto lindo sobre mim. Fiquei super emocionado”, lembra.
“É uma década defendendo o Queijo Artesanal Alagoa, divulgando nossa cidade, atraindo turistas, contribuindo com a economia local e ajudando a manter aberta a agência dos Correios. É gratificante”, afirmou Osvaldinho.
Com informações do G1
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