Uma professora brasileira usa um método diferente, gostoso e incentivador para fazer alunos de 12 a 16 anos aprenderem matemática. É a aula “Frações: um prato apetitoso”.
Márcia Cezar de Queiroz compra pizzas, sorvetes e bolos e leva à sala de aula para ensinar matérias como fração, por exemplo. Os adolescentes, que também levam alguns pratos, são da escola pública Rede Faetec, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e adoram a aula.
“Eu compro aquela que eles mais gostam. Cada grupo recebe uma tarefa para explicar frações, como por exemplo frações equivalentes. Quem come metade da pizza não está em desvantagem sobre quem comeu 2/4, que é a mesma coisa”, explicou a professora em entrevista ao SóNotíciaBoa.
Ela também usa refrigerante para que os estudante consigam ‘visualizar’ a matemática.
“Eles dividem colocando a metade em um copo e em três partes. Isso mostra que 1/3 é menor do que 1/2”, conta.
Resultados
Depois da aula, alunos e professora comem o que foi levado naquele dia e se divertem. Um incentivo cheio de resultados positivos.
“A disciplina melhora. Eles param de faltar. Nos dias de aula de matemática eles gostam de ir. Ficam bem motivados”, conta a professora.
Nesses mais de 20 anos em que Márcia aplica o método, ela notou que as notas dos alunos também melhoraram, além de perderem o “medo” da disciplina.
“Nosso propósito é desmistificar o bicho papão que muitos dizem ser a matemática. Queremos ensinar a disciplina pelo caminho da prática, da criatividade, dos jogos, estimulando a interação na solução dos exercícios”, disse Márcia Queiroz em entrevista ao SóNotíciaBoa.
Formada pela UFF, Universidade Federal Fluminense, Márcia Queiroz iniciou sua pesquisa de ensino lúdico em 1996.
Ela diz que o método reflete de forma contundente na aprendizagem:
“O estudante passa a observar a matéria com boa vontade, porque se entusiasma por aprender a resolver as questões que o ajudarão a interpretar o mundo, a tomar decisões, enfim ao exercício da cidadania”, afirma.
Ambiente leve
A professora desenvolve o projeto que estimula o lúdico como ferramenta de aprendizagem, na FAETEC – unidade Quintino -, com alunos do ensino fundamental.
Além da FAETEC, Márcia Queiroz atua também no Espaço Interativo MCQ Matemática Viva, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Em ambiente de estudo totalmente interativo, aconchegante, colorido, com decoração leve e estimulante ao aprendizado, Márcia conta que no MCQ são propostas atividades com jogos e brincadeiras, experiências.
A ideia é facilitar a forma de ensinar a matemática para que o aprendizado seja um processo interessante para o aluno.
“Eu quero que o estudante tenha a percepção de que o estudo da disciplina tem importância e significado práticos, que vai além das fórmulas e regras. Com a aplicação de ferramentas lúdicas, mostro o uso da matemática para solução de problemas do dia a dia”, ensina.
Engajamento
O método usado por Márcia já ajudou estudantes que se descobriram jornalistas, engenheiros, desenhistas, militares, atores…
Aptidões que foram despertadas dentro da sala de aula e ajudaram a engajar os jovens na arte de estudar matemática.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa
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