Um aparelho promete revolucionar a forma como é feito transplante de coração no mundo. Cientistas desenvolveram um equipamento que mantém o coração vivo por até 24 horas, ou seja, 20 horas a mais do que é possível hoje em dia.
A técnica bombeia fluido através dos vasos sanguíneos e usa pulsos de oxigênio, que imitam os batimentos cardíacos e mantém o órgão oxigenado. A descoberta usa um dispositivo que se encaixa em uma pequena mala. (entenda na foto abaixo)
ULiSSES, como o equipamento foi batizado, preserva corações por um dia inteiro imitando as condições do corpo humano. Ele libera pelas artérias uma solução para preservação, dá 60 pulsos de oxigênio por minuto – como um batimento cardíaco – e suspende o coração em uma solução para evitar que ele desmorone sob sua própria pressão, da mesma forma que acontece no corpo.
“Ser capaz de manter um coração viável por 24 horas significa que você pode transportá-lo para quase qualquer lugar do mundo, e isso pode salvar muitas vidas”, disse esta semana Rafael Veraza, da Universidade do Texas, EUA, durante reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Segundo o especialista, a tecnologia foi testada apenas em corações de porcos, mas os resultados são promissores e o nível de morte celular nas 24 horas seguintes à remoção do coração foi muito baixo.
“O primeiro coração foi transportado há mais de 50 anos, quando o colocaram sobre gelo; décadas depois, o procedimento é feito da mesma maneira”, disse Veraza ao DailyMail.
Testes em humanos
O próximo passo da pesquisa é transplantar os corações de volta aos porcos, para garantir que eles funcionem corretamente, antes de passar para os testes com corações humanos.
Depois disso, a equipe pretende começar a testar a eficácia do equipamento em corações humanos doados, mas que por algum motivo não podem ser transplantados.
“O importante em nossa pesquisa é o quão portátil é esse dispositivo. Esperamos que [o equipamento] disponibilize mais órgãos, que possam ser mantidos em boa qualidade, para que haja mais correspondências [entre doador e receptor] e menos rejeições”, disse, Veraza.
Membros amputados
Os cientistas também esperam usar a tecnologia para preservar e transportar membros amputados, que são perdidos em campos de batalha ou acidentes.
A ideia é desenvolver um aparato que os mantenha vivos por mais tempo, permitindo que sejam recolocados.
John Forsythe, diretor médico do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, contou ao DailyMail que o uso de máquinas para estabilizar e preservar órgãos é uma área importante da medicina que está sendo estudada por diversos pesquisadores ao redor do mundo.
“O uso de técnicas de ‘perfusão’ de oxigênio [como a utilizada pelos norte-americanos] já provou ser extremamente bem-sucedido em outros órgãos, incluindo fígado e pâncreas’, explicou o especialista.
Com informações da Galileu e DailyMail
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