“Somos pobres e sabemos que qualquer dinheiro ajuda. A gente sabia que estava fazendo falta para quem perdeu. Minha mãe me ensinou: não podemos ficar com o que não é nosso”.
Foi com essa honestidade e empatia que dois garis encontraram e devolveram R$ 200 reais que encontraram no lixo, quando despejarem o conteúdo da caçamba.
O dinheiro estava em uma sacola plástica e dentro dela, além do valor, havia um carnê escolar. Os garis Cleinaldo Moreira de Souza Pires, de 24 anos, e Aroldo Henrique de Oliveira Pontes, de 35 – que recebem salário mínimo e pagam aluguel – não pensaram duas vezes.
Os homens, que trabalham nas ruas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, decidiram achar o dono. Quando terminaram a jornada de trabalho eles foram até a escola no Bairro Vilar Novo.
O nome de aluna estava escrito no carnê. Lá os garis descobriram endereço da diarista Luzinete da Silva e foram até a casa dela, com os uniformes da companhia de limpeza.
O encontro
Luzinete contou a eles que se confundiu e misturou o lixo com a sacola que tinha o dinheiro e o carnê.
Com renda mensal de apenas R$ 600, Luzinete ficou emocionada ao saber que o dinheiro perdido havia sido encontrado.
Ela disse ao Extra, que os garis foram anjos enviados por Deus.
“Só dei falta depois. Fiquei desesperada e disse que mesmo assim iria conseguir pagar a escola. Sou cristã. Eu e minha cunhada fizemos orações pedindo a Deus e Jesus Cristo para me ajudar a encontrar o dinheiro. Deus colocou estes dois anjos no meu caminho. Na hora eu fiquei feliz e emocionada ao mesmo tempo. Cheguei até a chorar. Os dois tiveram uma imensa boa vontade em me ajudar”, agradeceu a diarista.
Aroldo disse que será difícil esquecer a emoção de ter praticado a boa ação.
“Foi gratificante. Fui criança e sei que estudar é importante. Sabia que sem aquele dinheiro seria difícil para ela pagar a escola. A dona Luzinete também ficou emocionada”, disse.
Sucesso nas redes
A notícia da devolução do dinheiro foi parar nas redes sociais, e viralizou.
A dupla de garis foi festejada por amigos, parentes e colegas de trabalho.
O chefe deles, o fiscal de coleta Leandro José de Santana, parabenizou:
“Eles agiram muito bem. Fiz questão de apertar a mão dos dois pelo gesto”..
Aroldo e Cleinaldo trabalham há cinco anos na coleta de lixo.
Aroldo é pai de dois filhos, paga pensão alimentícia de R$ 350 e aluguel de R$ 450.
Cleinaldo tem filho e gasta R$ 400 por mês pela casa alugada.
Com informações do Extra