Se não tem emprego no mercado em tempos de pandemia, o jeito é se reinventar. Em Praia Grande, São Paulo, uma adolescente virou barbeira aos 15 anos, aprendeu a cortar no Youtube, não tinha dinheiro, atendia em casa e agora, aos 17, conquistou o próprio salão!
A empreendedora Thayssa Caramez, conhecida como Thay, agora é barbeira, manicure e pedicure, alongadora de unhas e designer de sobrancelhas, mas quando começou, há dois anos, na porta da casa dela, cobrava R$ 2 para atrair público.
“Comecei em casa. Minha mãe tinha um salãozinho construído na frente de casa e eu chamava meus parentes para ver se eles deixavam eu cortar”, disse Thay em entrevista ao SóNotíciaBoa.
O início
Thay revela que aprendeu a cortar no Youtube: “Com auxílio de vídeos no YouTube e uma máquina antiga. Nem o pente 2 eu tinha na época”, diz.
Um ano depois ela conseguiu entrar em um curso, mas faltava dinheiro para comprar os materiais.
“Compramos só o que precisava na hora e continuei com a mesma máquina. Então eu saí do salão da minha mãe e a gente montou uma mesa de plástico com um espelho e as coisinhas que eu tinha comprado”.
Ela lembra que “a maioria das coisas foi doação. As pessoas me doavam material como tesoura, capas, lâminas e um eles o Renato Luna, de Curitiba, me enviou uma máquina novinha com todos os pentes. Foi a primeira máquina que eu tive profissional. Graças a ele eu consegui melhorar a qualidade do meu corte”.
Marketing
O próximo passo foi fazer o marketing do novo negócio doméstico nas redes sociais. Pra chamar a atenção Thay anunciou uma promoção de corte por 2 reais.
“Era apenas valor da lâmina. Postamos na página do salão que eu comecei a cortar por 2 reais, por que ainda estava aprendo e não tinha nenhum diploma ainda. O intuito era fazer com que as pessoas do bairro viessem”.
Quem também viu foi o pessoal da Ikesaki, uma empresa de cosméticos, que deu a primeira oportunidade a Thay.
“Eles me deram a chance de participar da Webwserie deles no YouTube chamada mãos que transformam”, disse a jovem barbeira.
A barbearia
Ela foi tão bem, que ganhou uma barbearia de verdade: “Eles me deram toda a construção da barbearia e a reforma no salão da minha mãe”, agradece.
A barbearia da Thay agora fica na Av. dos jatobás, 330, jardim samambaia, em Praia Grande.
Agora com ambiente moderno, o valor dos cortes aumentou. “Subi pra R$ 15 o corte simples e R$ 20 o corte especial”.
E o marketing para atrair clientes continua.
“Estamos organizando um cartão fidelidade e fazemos sorteios e promoções em datas comemorativas. Sorteamos um corte e barba entre outros prêmios como kits de cuidados”, revela a jovem.
Preconceito
Sobre ser mulher, barbeira e cortar cabelos masculinos, Thay disse que tira de letra o preconceito.
“Quando eu ouço algo como ‘mulher não sabe cortar cabelo de homem’, ou ‘não confio em mulher pra isso’, eu mostro meus trabalhos antigos e falo que entendo o lado dele, mas tem que dar uma chance para todos independentemente do sexo”.
Assim a jovem foi conquistando seu espaço e hoje diz que o preconceito, apesar de ainda existir, “diminuiu bastante”.
Se ela está feliz? Feliz e grata!
“Estou sim, sou muito grata a toda a ajuda que eu tive. Não esperava a repercussão que uma postagem daria”.
Hoje, além de ganhar o próprio dinheiro com 17 anos, Thay serve de inspiração para outras garotas e ajuda pessoas com os mesmos sonhos que o dela.
Veja como tudo começou:
https://www.facebook.com/1701433503427792/posts/2403455433225592/?extid=zqUSOpPHNGAXD2i8&d=n
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa