Quatro dias após a morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, empresas gigantes – que juntas empregam 235 mil brasileiros – se uniram na luta contra o racismo no Brasil.
Elas assinaram nesta segunda, 23, um manifesto/compromisso público de equidade racial, de combate ao racismo estrutural e cobraram medidas efetivas do Carrefour, da qual são fornecedoras.
A BRF, Coca-Cola, PepsiCo, Danone, General Mills, Heineken, JBS, Kellogg, L’Oréal, Mars, Mondeléz International e Nestlé, começam o manifesto se solidarizando com a dor de familiares e amigos de João Alberto, espancado, asfixiado e morto na quinta-feira 19, por dois seguranças em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre.
Em seguida, as companhias assumem a realidade do racismo no país e suas consequências.
“Vamos fortalecer o compromisso de nossas empresas com ações concretas para combater o racismo estrutural. Criaremos um plano de ação em parceria com organizações e especialistas que possuem um conhecimento legítimo dessa causa. Tornaremos o documento público o mais rápido possível — e prestaremos contas regularmente. Reconhecemos que temos de mudar essa realidade e convidamos outras empresas e indústria a se unirem nesse compromisso pela equidade racial”, diz a imagem publicada nas redes sociais das empresas participantes do acordo.
Outras empresas que não participam deste comunicado também se manifestaram nos últimos dias, entre elas a P&G e a Ambev.
“Convocamos, hoje mesmo, o Carrefour e pedimos medidas imediatas e efetivas. Temos o compromisso inegociável de promover a equidade racial em todo o nosso ecossistema, o que inclui nossos parceiros, clientes e fornecedores e estamos prontos para trabalhar junto com eles para promover mudanças estruturais com urgência”, disse a publicação da fabricante de bebidas Ambev.
O Carrefour
O presidente da companhia no Brasil, Noel Prioux, publicou um vídeo pedindo desculpas pelo que chamou de “uma tragédia de dimensões incalculáveis”.
“Antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto e meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e aos nossos colaboradores”.
Depois disso, o Carrefour assumiu compromisso público de combate ao racismo estrutural no Brasil.
“Comunicaremos nos próximos dias todas as nossas iniciativas e o comitê dedicado exclusivamente a esta causa”
Antes disso, o presidente global da rede, Alexandre Bompard, cobrou um posicionamento da direção brasileira pelo Twitter:
“Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência. Espero que o Grupo Carrefour Brasil se comprometa, além das políticas já implantadas pela empresa”.
Com informações da Exame