Sobre jamais esquecer suas raízes. O premiado sommelier Dionísio Chaves voltou este mês à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro para ajudar a comunidade onde cresceu.
Na semana passada, o bicampeão nacional do concurso da Associação Brasileira de Sommeliers foi para levar cestas básicas para os moradores.
Dionísio criou uma campanha junto com o ex-presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Wallace Pereira – o movimento Rocinha Passa Fome – e doou mil cestas básicas para famílias carentes.
“Fui muito feliz na Rocinha e sei bem as dificuldades que eles enfrentam por lá. A comunidade fica tão perto de onde mora tanta gente tão afortunada… O que falta são pessoas entrarem na linha de frente e ajudarem”, disse Dionísio Chaves à revista PEGN.
O movimento Rocinha Passa Fome cresceu e ganhou apoiadores, como o fotógrafo e escritor Eurivaldo Neves Bezerra, que doou um quadro que retrata o Cristo Redentor abraçando a comunidade para a campanha leiloar.
Georgia Buffara, fundadora do Instituto Bees of Love, que também participou das doações, disse que a fome se agravou na favela com a pandemia, reforçando que precisam de ajuda para mudar a vida das pessoas.
Ajudar
A Rocinha tem uma população estimada em 120 mil habitantes, mais do que 90% das cidades do país. As cestas doadas são para moradores das regiões mais carentes da comunidade: Roupa Suja, Vale Verde e Roça.
“O foco é ajudar quem está desempregado, passando mais necessidade”, disse Wallace Pereira.
Uma das beneficiadas foi a auxiliar de serviços gerais desempregada Andréia da Silva, que mora com cinco filhos e quatro netos em uma casa de dois quartos na Roupa Suja.
“Estamos sobrevivendo pela misericórdia divina. Os alimentos aqui em casa estão acabando, é muita gente para comer. Essa é a primeira cesta que recebemos este ano, vai fazer muita diferença. É muito gratificante ser ajudado por alguém. Que Deus permita que possamos receber essa ajuda todo mês. As coisas estão muito difíceis”, afirmou Andréia.
Dionísio Chaves sabe bem o que é isso. Cearense, ele se mudou aos 2 anos com a família para o Rio. Após uma passagem por Rio das Pedras, em Jacarepaguá, eles se instalaram numa quitinete na Rocinha.
Aos 8 anos, o menino começou a trabalhar para ajudar em casa: vendeu picolé na praia, montou uma banquinha de doces e teve barracas de roupas e sapatos. Ele conhece de perto a batalha de quem mora na comunidade:
“Lá há pessoas muito do bem, vencedoras, que merecem oportunidades”, afirmou.
Como ajudar
Doações de qualquer valor podem ser feitas na conta-corrente da instituição, de número 0184413-0, agência 00887-7, do Bradesco. O CNPJ é 34.397.672/0001-02.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa – com informações da revista PEGN