O telefone do pedreiro Pedro Lopes, de 61 anos, não para de tocar depois que ele teve a ideia de colar um papel, com pedido de emprego, no vidro interno de um ônibus no interior de São Paulo.
A letra simples, com o número do celular e as palavras com erros de grafia, sensibilizaram uma passageira que pegou ônibus do BRT de Sorocaba. Lauren Mesquita, de 23 anos, fotografou, postou nas redes sociais e a imagem viralizou.
“Resolvi compartilhar no Facebook. Uma amiga sugeriu que eu abrisse para o público e hoje tem mais de 2,5 mil compartilhamentos”, disse a estudante e vendedora ao G1.
Pedido a Deus
Seu Pedro contou que estava sem serviço, numa situação financeira complicada. Aí ele resolveu colar o papel no ônibus, na certeza de que alguém iria ver, mas não esperava que tanta gente fosse ligar para ele.
Ele lembra que pediu a Deus na hora de colar o anúncio.
“Eu colei cedo e pensei: Senhor, preciso de trabalho e ajudar meus amigos. E aí comecei a receber ligações disparado. Eu cheguei na minha casa e o celular não parava de tocar. Fiquei no telefone até 22h30. Foi tanta proposta que eu já encaminhei trabalho para pelo menos três amigos”, conta o profissional.
Depois do post viralizar, Pedro – que é pedreiro, carpinteiro, encanador, pintor e jardineiro há 40 anos – conseguiu dois empregos e passou outras propostas que recebeu para conhecidos dele também desempregados nesta pandemia.
Gratidão
“Há uns três anos, eu só conseguia uns biquinhos, não conseguia serviço grande. Mas Deus é bom, não desampara ninguém. Essa pessoa que fez o post abriu as portas para mim e eu consegui abrir para os outros”, disse.
Ele e a Lauren ainda não se conheceram pessoalmente, mesmo assim, a jovem disse que chorou quando soube que o simples post dela provocou uma virada na vida do seu Pedro.
“Nossa, eu chorei a tarde toda quando soube que tinha dado certo. Meu coração está quentinho, eu estou muito feliz por ele. Minha intenção era só compartilhar e ajudar. A gente compartilha tanta besteira na internet, que não custa nada a gente compartilhar algo por alguém”, concluiu.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa – com informações do G1