Chelsea Jovanovich e Cheryl Urban não se conheciam quando tiveram as vidas ligadas.
Foi a partir de uma cirurgia de transplante de útero que Cheryl possibilitou que Chelsea engravidasse do primeiro filho. Agora, as duas se encontraram e se emocionaram muito.
Os transplantes uterinos ainda são considerados experimentais, cerca de 50 já foram realizados em todo o mundo. O procedimento envolve o transplante do útero de um doador vivo ou falecido em outra mulher, para que ela possa carregar um bebê.
Doença rara
Chelsea descobriu que não podia ter filhos ainda com 15 anos. A notícia veio com o diagnóstico de uma doença rara chamada MRKH, que significava que seu útero nunca se desenvolveu totalmente.
Ao casar, ela e o marido, Jake, ainda tentaram outros métodos para terem o próprio filho, mas não tiveram sucesso.
Os dois estavam perto de desistir, até que Chelsea decidiu se inscrever em um programa de transplante de útero na Penn Medicine, na Filadélfia, EUA.
Cirurgia experimental
Mesmo sendo uma cirurgia ainda com caráter experimental, os transplantes de útero são bem promissores.
Dra. Kathleen O’Neill, cirurgiã da Penn Medicine, especializada em endocrinologia reprodutiva e infertilidade, explicou que o procedimento é uma opção em situações em que apenas o útero é afetado.
A estimativa é que apenas 5% das mulheres em idade reprodutiva se enquadram nessa categoria.
“Essas mulheres têm ovários, óvulos, mas não têm útero para gestar a gravidez“, disse a médica. “Uma vez que conseguimos dar a elas esse útero, a grande maioria engravida e tem bebês”.
O encontro das duas
A notícia de um doador compatível para Chelsea não demorou muito. Logo após os primeiros exames, ela já soube que podia fazer o transplante.
Chelsea e o marido se mudaram para a Pensilvânia, nos Estados Unidos, para a realização do tratamento, em fevereiro de 2020.
A cirurgia durou 12 horas e as duas mulheres não se viram em nenhum momento. Após o nascimento do primeiro filho de Chelsea, ela conseguiu informações sobre a doadora e fez questão de conhecê-la.
“Algo nos uniu”, disse Cheryl. “Até nossas personalidades parecem muito semelhantes”. Esse vínculo só foi fortalecido em maio desse ano.
“Nunca, em meus sonhos mais selvagens, pensei que seria capaz de carregar meu próprio filho”, disse. “A ciência é milagrosa”.
Em junho, Cheryl conheceu o bebê da amiga e hoje, elas são próximas. “Eu me sinto parte da sua família”, disse . “Eu me senti como se estivesse grávida dele”, finalizou.
Com informações de Today