Jovens cearenses criaram um grupo para dar suporte a outros alunos que estão desmotivados com as aulas online, para evitar a evasão escolar.
Além de orientar sobre o conteúdo, as atividades, eles ainda conversam e debatem problemas dos estudantes
“A pandemia dificultou muito. Muitos que eram bons, acabaram se desmotivando. Vi que estavam desistindo dos sonhos por conta das aulas online. Meu maior motivo para ajudar é que eles não perdessem o ano”, garante Mateus Feitosa, de 17 anos.
Enfrentamento do problema
Mateus conta que na escola dele os alunos mais engajados criaram o Grupo Cooperativo de Apoio à Permanência Estudantil (GCape).
O jovem disse que no início foi um pouco complicado, porque muitos não tinham sequer conexão com a internet para acompanhar as aulas.
Uma das soluções foi a produção mensal de um bloco de atividades, que é entregue pessoalmente para o aluno que não consegue assistir a aula remota.
“Com o material impresso, às vezes, os alunos tinham dificuldade, e eu, que também moro na zona rural, ia auxiliando”, explica Mateus.
O estudante reflete que o apoio não é só com conteúdos. “A gente ia motivando para que eles não desistissem. Muitos que estavam desmotivados, ficavam reenviado as atividades e foram motivando”.
Apoio escolar
Em outra escola, Ana Karoline Leite, de 16 anos, criou um movimento parecido com o do Mateus.
Ela juntou a coordenação, professores e alunos para buscar os “faltosos”. A estudante se engajou no processo para que “ninguém deixasse a escola”.
Uma das responsabilidades é orientar os colegas na produção das atividades. O resultado é que, na turma da Karoline, que tem 40 alunos matriculados, apenas um não tem acompanhado as aulas.
Tauânny Cidrão, de 15 anos, é outra jovem que vem dando o exemplo. Ela criou o projeto “Células Motivadoras” antes mesmo da pandemia. Nesse período, a estudante conta que tem fortalecido o contexto do grupo.
“Buscamos ações para combater e prevenir a evasão escolar, para mostrar aos alunos que ainda existe uma luz no fim do túnel”, afirma.
A frequência dos estudantes era analisada e quem tivesse muitas faltas registradas era chamado para uma roda de conversa. “Se não adiantasse, colegas escreviam uma carta pro aluno, com frases motivacionais”, descreve Tauânny.
Driblando as próprias limitações, “atividades acumuladas e conteúdos não absorvidos”, Tauânny e os demais voluntários encontram energia num propósito: ampliar o acesso à educação. “É difícil, mas a gente tem que estar disposta a ajudar. O que me motiva é ver que dá resultado”, resume.
Com informações de Diário do Nordeste