Um drama pessoal levou um executivo de vendas a criar o Caçadores de Medula, um projeto que incentiva a doação e ajuda pacientes a encontrar doadores compatíveis.
André Torres, de 35 anos, morador de Maranguape, no Ceará, disse que isso mudou a vida dele e a de vários pacientes que esperam a fila para o transplante de medula óssea.
André foi diagnosticado com Leucemia Indiferenciada Aguda, com uma mutação genética do cromossomo Philadelphia (Ph+), em junho de 2018. Ele passou um ano em busca de um doador compatível e só encontrou nos Estados Unidos.
Busca por um doador
Do dia que recebeu o diagnóstico, até a primeira alta, André ficou 37 dias internado. “Foi o primeiro ciclo de quimioterapia, com muita incerteza, mas considero que deu tudo certo, sem muitas reações”.
A busca por um doador começou logo depois de ele descobrir que nenhum dos dois irmãos tinha compatibilidade para o transplante. O que não André esperava era que essa busca o faria encontrar um novo propósito de vida.
“Começamos a entender como era difícil encontrar um doador de medula óssea no Redome, realmente precisava de um milagre para acontecer. Para encontrar um doador, as chances aqui no Brasil são de 1 para cada 100 mil. Eu entendi que também precisava fazer a minha parte, alguma coisa eu tinha que fazer”, relembra.
Caçadores de medula
A ideia para o nome veio de uma foto que André recebeu do filho. O garotinho, que na época tinha 1 ano, estava caracterizado de “Caçador de Medula”.
“Do próprio hospital, eu comecei a ligar pra empresas falando com o RH [Recursos Humanos], contando a minha história, pedindo espaço pra levar o Hemoce e realizar o cadastro de medula dos funcionários, sem eles precisarem sair da empresa”, lembra.
Pouco tempo depois, a família do André criou uma página no Instagram, que hoje tem mais de 15 mil seguidores. No perfil, eles compartilham notícias, incentivam campanhas e dão informações sobre a doação de medula no Brasil.
“Com esse Instagram, começaram a aparecer pacientes e doadores. Nós conseguimos conversar com essas pessoas e mostrar que a doação de medula é mais fácil do que se imagina. Foi aí que a coisa também se tornou um pouco mais leve, como se fosse um plano de Deus pra que eu me sentisse melhor e conseguisse ajudar outras pessoas. Hoje, o projeto continua de vento em polpa e é o meu trabalho”, detalha.
Compatibilidade
Quase um ano depois do diagnóstico, o André encontrou uma doadora nos Estados Unidos. Ele realizou o transplante e decidiu que, mesmo curado, não finalizaria o projeto.
“Eu entendi isso como uma missão que Deus me deu, continuar ajudando outras pessoas”.
E ajudou!
A nutricionista Danyella Carvalho, de 26 anos, foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda de Células de T (LLA-T) e, através da página do André, ela conseguiu se informar e direcionar melhor o tratamento.
“Foi como ganhar um fôlego naquele momento em que eu tava me afogando em meus próprios medos e incertezas, é muito bom ter uma página com tantas pessoas que estão passando pelo mesmo processo que a gente, vivenciando os mesmos temores, as mesmas dores do tratamento… É como ter uma rede de apoio. Sou muito grata a Deus por ter encontrado eles no momento certo”, diz.
André conta que fará de tudo para que o projeto cresça e ajude a salvar muito mais vidas.
“Se um dos meus irmãos tivesse sido compatível muito possivelmente os Caçadores de Medula não tinha nascido. Eu tinha conseguido a cura, mas o propósito e a missão não tinham acontecido. A partir do momento que meus irmãos não foram doadores, eu encontrei o meu propósito”, finaliza.
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Com informações de Diário do Nordeste