A gratidão e o reconhecimento de uma filha! Formada em Medicina, Raiane Oliveira dedica o diploma a uma pessoa especial na vida dela: “minha mãe fazia faxinas para me ajudar na faculdade.”
Raiane vem de uma família humilde. Ela nasceu com uma condição genética conhecida por Osteogênese Imperfeita (ossos de vidro), estudou em escola pública e lutou muito pra conseguir esse diploma.
Ela nasceu no Distrito Federal e viveu até os 9 anos de idade em Luiziânia, a 50 km de Brasília.
“Desde novinha já passava por situações atípicas, pois nasci com uma condição genética chamada Osteogênese Imperfeita, a qual causa grande fragilidade óssea e fraturas de repetição (até mesmo espontâneas). É uma condição que possui diversos graus e, apesar do meu ter sido um dos mais leves, passei boa parte dessa infância engessada por causa das fraturas”.
Ela disse de onde veio a paixão pela medicina.
“Nessa época eu fazia acompanhamento no Hospital Sarah Kubitschek e acredito que de tanto ficar por lá, cresceu em mim a admiração pela área da saúde e, em especial, a medicina”.
Orgulho da mãe
“Nesse tempo, minha mãe já se desdobrava pra dar conta desse acompanhamento, além de educar e alimentar os 03 filhos. Trabalhou vendendo lanches em praças e feiras, em casas de família… Tudo isso pra nunca nos faltar o necessário. Em 2003 chegamos em Jucurutu e a batalha dela continuou… trabalhou como cuidadora de idoso, em pousada, como lavadeira, faxineira… muitas vezes ganhando muito pouco (muito mesmo), mas sem reclamar e nos orientando a estudar, para termos um futuro melhor”.
“A dor de um osso quebrado (mesmo que muitas vezes, fazendo-me perder as contas kk) sempre foi pequena, quando comparada a batalha que minha mãe percorreu nessa trajetória. Por isso, sempre digo a todos que tudo que sou é por ela e para ela”, lembrou a filha.
Raiane Oliveira lembra também dos bons professores que teve nas escolas públicas onde estudou.
“Acabei terminando o ensino médio (3º ano) já em Natal, no Colégio Estadual do Atheneu, quando viemos morar aqui, em 2010”.
Formada em Medicina
No RN, Raiane conseguiu bolsas de estudo para fazer cursinho e a notícia boa que tanto sonhava: aprovada em Medicina.
“Com a dedicação exclusiva, apoio dos professores, da minha mãe e irmãos, após 3 anos, veio a aprovação em medicina na UFRN. Minha mãe que já fazia Faxinas para termos uma renda extra, ainda teve que continuar durante alguns anos… Passados esses seis longos anos, finalmente me formei (em Dezembro de 2020), sem colação, sem baile e em plena pandemia”, contou.
Raiane Oliveira, agora é oficialmente uma doutora, certamente o orgulho da mãe e da comunidade onde ela mora! Parabéns!
Com informações do BlogJairSampaio