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Marighella, maior bilheteria de 2021, estreia na TV: trailer
5 de dezembro de 2021
- Rinaldo de Oliveira
Seu Jorge e o diretor Wagner Moura durante as gravações de Marighella - Foto: divulgação
Seu Jorge e o diretor Wagner Moura durante as gravações de Marighella - Foto: divulgação

Marighella, o filme de maior bilheteria do cinema brasileiro em 2021, já pode ser assistido em casa, na sua TV. Ele mostra um dos períodos mais terríveis da história do Brasil. E o que isso tem de notícia boa? Aprender com os erros do passado para que eles não se repitam no presente, nem no futuro! (trailer abaixo)

O filme, que estreou neste sábado, 4, no GloboPlay, passou por vários festivais, estreou com aplausos no Festival de Berlim e atingiu 88% de aprovação da crítica norte-americana – na média apurada pelo site Rotten Tomatoes.

Com cenas duras como o “pau de arara”, torturas, perseguições e momentos em que o coração aperta, a produção conta a parte da vida de Carlos Marighella, político baiano e militante comunista, que chegou a ser considerado o inimigo número um da Ditadura Militar dos anos 1970.

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Marighella foi um dos sete filhos de uma família pobre de Salvador. Era filho do operário Augusto Marighella, imigrante italiano, com a baiana Maria Rita do Nascimento, negra e filha de africanos trazidos do Sudão como escravos.

Ele recorreu à luta armada no Brasil para enfrentar a ditadura. Marighella articulou uma resistência e contou com apoio de estudantes jovens e amigos jornalistas para tentar acabar com crimes hediondos de tortura e a censura instituída na época pelo regime de opressão.

O longa é inspirado no livro ‘Marighella – o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo’, do jornalista e escritor Mário Magalhães. Ele se passa em dois momentos: um em 1964 e outro entre 1968 e 1969, quando ele morreu em uma emboscada executada por policiais.

Grande elenco

Marighella marca a estreia na direção do ator Wagner Moura (“Narcos” e “Tropa de Elite”) e traz o cantor Seu Jorge como protagonista, aliás, com uma interpretação impressionante.

“Ele é duro na mesma medida que é doce e amoroso, sempre explosivo. E carrega todos os sentimentos no olhar. Ele está tão bem no papel que a gente chega a se lamentar por não o ver atuar mais”, diz a crítica do G1.

O elenco também traz atores renomados como Bruno Gagliasso, Humberto Carrão, Bella Camero, Herson Capri e Adriana Esteves.

Bruno Gagliasso interpreta o temido delegado Fleury e encarna a perversidade do carrasco da ditadura, com uma crueldade e uma covardia de dar frio na espinha.

Adriana Esteves faz uma pequena participação como Clara Charf, esposa de Marighella, mas enche a tela com suas preocupações em relação ao protagonista e os rumos da resistência.

Herson Capri é o jornalista Jorge Salles. Humberto Carrão, Bella Camero, Jorge Paz e Rafael Lozano são guerrilheiros jovens que abraçam a causa dedicam a própria vida.

Tomada dos transmissores da Rádio Nacional

Um dos trechos históricos resgatados pelo filme mostra da tomada dos transmissores da Rádio Nacional de São Paulo em 1969 (que virou a já extinta Rádio Globo), para a divulgação de um manifesto de Ação Libertadora Nacional (ALN), organização que teve entre seus dirigentes o guerrilheiro Carlos Marighella.

Sem ir aos estúdios, eles fizeram uma gambiarra no transmissor – que ficava nas proximidades de Diadema, em São Paulo – interromperam a programação da emissora líder em audiência na época e transmitiram o áudio de uma fita, que tinha um texto de Marighella lido pelo estudante paulista da Escola Politécnica da USP, Gilberto Luciano Belloque.

O áudio desmentia que os incêndios provocados nas instalações das TVs Globo, Record e Bandeirantes na capital paulista teriam sido provocados pelos guerrilheiros, como vinham sendo acusados na época:

“Brasileiros, queremos esclarecer a opinião pública que os últimos atentados contra as emissoras de TV são contra os revolucionários. Deixamos bem claro que nossos atos de sabotagem e terrorismo são voltados contra a ditadura militar e o imperialismo americano”, dizia a mensagem com o Hino da Independência ao fundo, como retratado no filme de Wagner Moura.

Problemas para o filme ser exibido

O diretor conta que pessoas ligadas ao atual governo federal tentaram censurar a produção e dificultaram o lançamento de todas as formas que puderam.

O filme rodado em 2017, que teve pré-estreia mundial no Festival de Berlim de 2019, demorou dois anos para estrear no Brasil.

Ele estrearia nos cinemas brasileiros em 20 de novembro de 2019, Dia Nacional da Consciência Negra, porém, foi adiado para 2020 devido a problemas com a Agência Nacional do Cinema.

Com a pandemia, o filme foi adiado novamente e lançado nos cinemas pela Paris Filmes e Downtown Filmes em 4 de novembro de 2021, no aniversário de 52 anos da morte de Marighella.

O fato de Wagner Moura ter retratado Carlos Marighella como um homem preto, levou a diversas críticas de simpatizantes da direita, mas o diretor argumentou que “não há como discutir qualquer questão social no Brasil sem falar sobre questões raciais. Para mim, Marighella tinha que ser negro”, concluiu.

Carlos Marighella - 1911 / 1969 - Foto: reprodução
Carlos Marighella – 1911 / 1969 – Foto: reprodução
Seu Jorge, Wagner Moura e Bruno Gagliasso na apresentação de Marighella na Espanha - Foto: divulgação
Seu Jorge, Wagner Moura e Bruno Gagliasso na apresentação de Marighella na Espanha – Foto: divulgação

Assista ao trailer abaixo. O filme na integra está na GloboPlay.

Tire suas próprias conclusões:

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