Um feito inédito de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi anunciado nesta semana. Eles descobriram uma molécula de cobre que pode ajudar no tratamento do câncer.
O estudo foi conduzido pelo aluno de doutorado, Pedro Henrique Alves Machado, do Programa de Pós Graduação em Genética e Bioquímica (PPGGB/UFU). Durante a pesquisa, ele encontrou a molécula inédita que tem uma capacidade de indução de clivagem (divisão) do DNA e propriedades pró-apoptóticas (morte celular) contra células do câncer.
A primeira fase do estudo, realizada em camundongos, foi concluída em dezembro e publicada no Scientific Reports, do grupo Nature. Agora o próximo passo serão os testes em células humanas.
“Sabemos que a revista tem extremo rigor quanto à qualidade dos trabalhos que são publicados nela. Sendo assim, fico feliz por saber que o trabalho atingiu esse padrão”, comemorou Pedro.
Os testes
Durante a pesquisa, a molécula de cobre mostrou uma grande capacidade de induzir a produção de espécies reativas de oxigênio nas células tumorais e danificar o DNA dela, gerando danos tão severos que as células cancerosas entram em um processo de morte celular programada (apoptose).
O complexo age mais sobre as células tumorais do que as células saudáveis, sendo seletivo, o que pode diminuir os efeitos colaterais e aumentar as chances de cura do câncer.
O estudo e os testes foram orientados pelo professor Robson José de Oliveira Júnior. Segundo o docente, o maior objetivo era descobrir novas moléculas para o tratamento do câncer, que é a segunda maior causa de mortes no mundo.
Próximos passos
Pedro explica que, a partir de agora, o grupo vai desenvolver mecanismos de ‘drug delivery’, em que a molécula descoberta será colocada dentro de ‘nanocápsulas’.
Essa ação permite que os anticorpos reconheçam os padrões das células tumorais e possam liberar o medicamento diretamente nelas.
“Estudaremos se a ação dele e seletividade será melhorada e, caso as nanocápsulas não forem tóxicas e aumentarem a toxicidade direcionada somente às células tumorais, a fase pode durar cerca de dois anos”, explicou o pesquisador.
Com informações de Canal Tech