O Brasil agora vai fabrica e distribuir o Dolutegravir, considerado um dos mais modernos antirretrovirais para o tratamento de HIV no mundo!
O anúncio foi feito pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que informou já ter distribuído a primeira remessa, com 16,5 milhões de comprimidos. Ao longo do ano, serão encaminhadas mais de 64,5 milhões de unidades farmacêuticas do medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa distribuição só foi possível graças a uma parceria entre o instituto e a farmacêutica GSK e ViiV Healthcare, firmada em julho de 2020. Até então, o medicamento só era produzido em laboratórios internacionais, o que aumentava consideravelmente o custo de aquisição.
Segundo a Fiocruz, a fabricação do medicamento ainda será feita por um laboratório parceiro, até que o instituto absorva completamente todas as etapas do processo. Para que haja mais agilidade na entrega, eles implementaram um sistema de transferência reversa, começando pela etapa final, que é a análise de controle de qualidade e embalagem.
“Desta forma, o medicamento será totalmente fabricado no laboratório parceiro. Após o período, o instituto passa a produzir gradualmente a demanda. Ao final da transferência, toda a produção será executada no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) de Farmanguinhos/Fiocruz”, disse a instituição.
Fabricação de medicamentos para o SUS
De acordo com o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, um dos grandes objetivos do instituto, é conseguir trazer para o Brasil, mais conhecimento na fabricação desses produtos estratégicos para o SUS.
A ideia é haja, nos próximos meses, a colaboração para fabricação local de uma combinação do Dolutegravir antirretroviral com a Lamivudina 300 mg em dose única diária. A tecnologia será transferida para Farmanguinhos em fases.
“Farmanguinhos sempre busca o que tem de melhor em termos de tecnologia e adesão ao tratamento. Com essa aliança estratégica, passamos a fornecer os dois principais medicamentos para o tratamento do HIV, o Dolutegravir, e mais a combinação de Tenofovir com Lamivudina”.
Segundo a Fiocruz, “a parceria também vai gerar economia aos cofres públicos com redução dos custos de aquisição do medicamento, o que diminui a dependência do Programa de HIV/Aids por insumos importados, em médio e longo prazos”.
A nota emitida pelo instituto nos trouxe muita esperança para um tratamento efetivo aos pacientes com HIV no Brasil. Com o acesso facilitado, o alcance para a população será, consequentemente, maior.
“Nos próximos dois anos, com a transferência de tecnologia, esperamos já estar produzindo o Dolutegravir dentro da nossa unidade e, no futuro próximo, fabricar a combinação dele com Lamivudina, ou outras combinações que o Ministério da Saúde, por meio do programa de DST/Aids, aprove”, disse, em nota.
Medicamento
O Dolutegravir 50mg foi introduzido no SUS em 2016. Ele é distribuído para mais de 300 mil pacientes, beneficiando aqueles que ainda não iniciaram o tratamento com outros antirretrovirais ou apresentaram resistência às formulações anteriores.
Por causa da política de acesso universal a antirretrovirais no Brasil, hoje somos referência mundial. Segundo a Fiocruz, o Farmanguinhos é o principal produtor público desta classe de medicamentos, atuando na ampliação da disponibilização do tratamento aos pacientes.
Atualmente, o portfólio do instituto tem nove produtos: Dolutegravir, Atazanavir, Efavirenz, Lamivudina, Nevirapina, Zidovudina, Lamivudina+Zidovudina e Tenofovir+Lamivudina, e o Entricitabina+Tenofovir, usado na Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP).
Com informações de Folha Vitória