A felicidade do estudante João Victor Ataides, de 18, deve ser a maior do mundo neste momento. Ele acaba de conseguir uma bolsa de R$ 1,3 milhão na New York University (NYU), uma das universidades mais tradicionais dos Estados Unidos.
O sonho de fazer uma faculdade no exterior é antigo. Durante muito tempo o jovem se preparou para realizar essa vontade.
Os planos dele incluem concluir o ensino no exterior e voltar para o Brasil com um projeto educacional para ajudar no desenvolvimento de outros jovens. Que rapaz incrível!
Rede de apoio
João sempre estudou em escolas públicas e apenas concluiu os dois últimos anos do ensino médio em colégios particulares, também com bolsa, aos 16 anos.
“Em cada escola, tive ótimos professores e incentivadores, que foram muito importantes para eu chegar até aqui”, ressalta João Victo.
Mesmo com diversos obstáculos, o jovem também contou com uma rede de apoio super importante: a mãe, a psicóloga Thaís Susana, de 43; o pai, o comerciante Gidean Marques, de 46; e o irmão, Gidean Lucas, de 15.
Mudança de vida
João está ansioso para descobrir como será a vida em outro país. Ele conta que isso sempre passou pela imaginação dele e agora é uma realidade que o jovem terá que viver.
“Sempre tive muito interesse em estudar nos Estados Unidos, mas vivia aquele sonho fantasioso, imaginando que minha vida poderia ser como eu via nas séries”, acrescenta.
Nos Estados Unidos, o estudante não precisa escolher o curso ao entrar na universidade.
“O currículo é flexível pelo menos nos dois primeiros anos e depois você decide o curso que quiser. No caso da NYU, vou cursar estudos liberais, que inclui psicologia, neurociência, antropologia e arte em geral. Depois, decidirei”, explica.
João vai iniciar com estudos diversos, mas quer focar em estudos para discutir como o ser humano atua e transforma o ambiente que vive.
“Quero estudar muito e voltar para o Brasil com um projeto educacional interessante para ajudar as pessoas a se desenvolverem. Vou inspirar pessoas a discutirem educação e a importância das ciências humanas para o desenvolvimento”, afirma João.
“Sorri, gritei”
João estava no Rio de Janeiro quando recebeu o e-mail com a notícia da aprovação e com a confirmação de que foi contemplado com a bolsa milionária.
“Estava sozinho. Sorri, gritei, liguei para meus pais. Foi uma alegria sem fim”, diz, ressaltando que antes já havia verificado o e-mail para confirmar a veracidade da informação.
“Foi difícil acreditar”, afirma o jovem, que voltou para Goiânia após receber a notícia. Os pais dele precisaram fazer um depósito para a matrícula na NYU.
“Resiliência”
A jornada de João Victor até a conquista da bolsa milionária o ensinou algo muito além da sala de aula.
“Resiliência foi o que aprendi neste ano. Sou grato até pelos momentos ruins, porque me deram ainda mais garra para acreditar no meu sonho. Muitas vezes, não conseguimos alcançar o que almejamos logo de primeira, mas precisamos continuar firmes”, conta.
A mudança para Nova Iorque está prevista para agosto, um mês antes de começar as aulas na NYU.
Ele está contando com ajuda de amigos e parentes para cobrir as despesas extras, que não estão incluídos na bolsa, como passagem, seguro saúde anual, transporte, além de outros materiais e atividades extras da universidade.
João Victor espera retribuir por tudo que recebeu com projetos que apoiem, por meio de consultorias, pessoas que têm o mesmo sonho dele.
“Ao estudar, busco desenvolver ainda mais o senso de comunidade, que vai crescendo, e um ajuda o outro, em vez de ser apenas preparado de forma fria para o mercado de trabalho, visto só como mais um do sistema. Educação liberta”, afirma.
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Com informações de Metrópoles