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Câncer de próstata: tratamento brasileiro recebe “Oscar” da oncologia por inovação
5 de junho de 2022
- Rinaldo de Oliveira
O médico oncologista Pedro Henrique Isaacsson Velho, líder de pesquisa premiada para tratamento do câncer de próstata - Foto: Leonardo Lenskij / Hospital Moinhos de Vento
O médico oncologista Pedro Henrique Isaacsson Velho, líder de pesquisa premiada para tratamento do câncer de próstata - Foto: Leonardo Lenskij / Hospital Moinhos de Vento

Um tratamento experimental brasileiro contra o câncer de próstata, desenvolvido pelo médico Pedro Henrique Isaacsson Velho, acaba de receber o reconhecimento da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que concedeu a ele o prêmio Career Development, considerado o “Oscar” da oncologia mundial.

A cerimônia de entrega do prêmio foi neste sábado (4), durante a Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos.

A terapia inovadora premiada utiliza altas doses de testosterona associadas a uma medicação que contribui para o tratamento e qualidade de vida de pacientes com a doença.

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“É uma pesquisa muito promissora para pacientes com câncer de próstata. Podemos regredir o câncer e melhorar a qualidade de vida das pessoas, devolvendo e aumentando a testosterona dos pacientes e proporcionando menos efeitos adversos da hormonioterapia como fadiga, disfunção erétil, risco de fraturas, entre outros”, disse Pedro Henrique, de 36 anos, à CNN.

O estudo brasileiro, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Moinhos, com a participação da Johns Hopkins Medicine International, busca avaliar uma nova forma de tratamento para o câncer de próstata.

Como funciona

O método, chamado terapia androgênica bipolar, consiste em altas doses de testosterona associadas a uma medicação já aprovada para câncer de próstata, o Radium-223.

Tratamentos semelhantes à nova terapia foram utilizados em cerca de 40 pacientes do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

E os resultados preliminares promissores levaram à premiação de Pedro Henrique Isaacsson Velho.

O prêmio reconhece os profissionais que mais se destacam em suas áreas com pesquisas desenvolvidas para melhorar a experiência e o tratamento do paciente.

200 mil dólares

O médico, que atua como chefe do Instituto de Pesquisa Moinhos, disse que é gratificante estar ao lado de outras iniciativas lideradas por instituições que são referência mundial.

“Esse é um prêmio que tem 30 anos e, pela primeira vez, um hospital brasileiro foi selecionado. São 20 projetos selecionados que receberão 200 mil dólares”, afirmou.

Os recursos serão destinados ao Hospital Moinhos de Vento para serem investidos em projetos de pesquisa em câncer de próstata.

A terapia utilizada no projeto pretende tratar a doença ao mesmo tempo em que devolve a qualidade de vida ao paciente. Mas o médico lembrou que o uso de testosterona contra o câncer de próstata deve ser utilizado somente dentro dos protocolos clínicos da pesquisa e não de maneira indiscriminada.

“Nosso projeto devolve níveis de testosterona altos ao paciente de forma a tratar a doença e também melhorar a qualidade de vida. É uma linha de pesquisa que já temos com alguns projetos em andamento em que investimos nessa terapia com testosterona sozinha ou em combinação com outras terapias. No caso deste estudo premiado, a testosterona é usada em conjunto com uma terapia chamada Radium 223, um radiofármaco, aprovada para câncer de próstata”, explicou.

Recrutamento de pacientes

Em junho, os pesquisadores devem dar início à fase de recrutamento de pacientes no Brasil e nos Estados Unidos.

Ao todo, serão cerca de 50 pessoas diagnosticadas com câncer de próstata com apresentação de metástase, que é o espalhamento da doença para outras partes do organismo.

Com informações da CNN

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