A Universidade de São Paulo (USP) tem um programa muito importante para facilitar a adaptação de alunos cotistas que ingressam na instituição e permitir que eles consigam concluir os estudos.
E o modelo deu tão certo que outras universidades do Brasil começaram a seguí-lo também!
É o Programa de Acolhimento aos Estudantes Cotistas (Paeco), que desenvolve atividades relacionadas à inclusão social e racial na universidade.
Acolhimento é importante
O Paeco começou há 4 anos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) como um espaço de pesquisa, acolhimento e atividades de permanência estudantil.
“A ideia não é segregar, pelo contrário; é criar portas, pontes e conexões com a instituição, com o corpo docente, com os funcionários e os demais alunos da Universidade”, explica a coordenadora do programa, Márcia Lima, professora do Departamento de Sociologia da USP e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Segundo Marcia, a necessidade de criar o Programa de Acolhimento da USP foi importante porque o perfil de alunos aprovados na instituição mudou muito nos últimos anos.
“O perfil dos estudantes da USP mudou, e é preciso que haja espaços para reflexão, acolhimento e encontro. Renovamos a equipe periodicamente, mas tudo o que fazemos é pensado coletivamente a partir da escuta desses alunos”.
A coordenadora também fez questão de ressaltar que nem todos os membros são cotistas. A socióloga define o Paeco como espaço de diálogo, pelas vias da pesquisa e da extensão.
Oportunidade de inclusão
A FFLCH é tradicionalmente uma das portas da Universidade que mais recebem estudantes provenientes de escolas públicas, em especial grupos minoritários definidos pela Lei de Cotas como PPI – pretos, pardos e indígenas.
Não foi por acaso que, segundo Marcia, o programa iniciou na USP. O Paeco se tornou um espaço de inclusão e oportunidade para esses alunos.
“Não acho que seja acaso que uma iniciativa desse tipo tenha tido origem na FFLCH, que é uma unidade que tem uma sensibilidade particular para a temática, de uma forma geral. Do ponto de vista da produção de conhecimento, mas também do ponto de vista do trabalho pedagógico”, diz o vice-coordenador do Paeco, Murillo Marschner.
“Um diálogo que seja capaz de criar parâmetros para uma nova realidade institucional e que levou para a agenda de gestão a preocupação com as condições básicas da vida universitária dos estudantes cotistas”, reforça Murillo.
Gari cego sonha em concluir curso de Pedagogia
O Rogério Gomes, de 41 anos, é uma inspiração. Cego desde a infância devido a um glaucoma, ele sonha em ser professor de braille e história.
Mas, as dificuldades financeiras o fizeram trancar o curso este ano. Para retomar esse sonho, ele fez até uma rifa entre os amigos para conseguir pagar as mensalidades.
Abraçamos esse sonho com o Rogério e queremos garantir que ele conclua a graduação. Ele nos contou que ainda tem um ano e 6 meses para concluir o curso. Portanto, o valor da campanha é para deixar pago esse período e fazer com que esse grande trabalhador retorne às aulas.
Rogério trabalha na Companhia de Urbanização do Município de Goiânia na parte de jardinagem e com o salário de gari, sustenta a casa com a esposa e dois filhos pequenos. Mas ele sonha grande e quer após a faculdade, lutar pela pós-graduação.
Vamos ajudá-lo? As doações para a vaquinha do Rogério podem ser feitas pelo PIX:
gari-pedagogia@sovaquinhaboa.com.br ou através do site Só Vaquinha Boa.
Contamos com você!
Com informações de Jornal da USP