Cidade de 3,4 mil anos emerge: descoberta após seca do rio Tigre, no Iraque

Arqueólogos alemães e curdos descobriram uma cidade de 3.400 anos submersa, após a seca no leito do Rio Tigre, no Iraque.
A cidade tem um palácio e edifícios e pode ser a antiga cidade de Zakhiku, importante centro do reino de Mitani que existiu entre 1550 a.C.-1350 a.C.
As escavações começaram em janeiro e o anúncio da descoberta foi feito em maio pela Universidade de Tübingen, na Alemanha. A seca extrema no Iraque deu aos arqueólogos a chance única de encontrar a antiga cidade da Idade do Bronze, Zachiku.
Descobertas
Dentre as descobertas dos cientistas, estão uma fortificação de muros e torres, um complexo de fábricas, além de um palácio com vários andares.
Esse edifício tem especial importância para os pesquisadores porque pode ter sido o local onde eram armazenadas mercadorias trazidas de diferentes regiões.
Pouco tempo
O sul do Iraque vem sofrendo com uma seca extrema há meses. Desde dezembro, grandes quantidades de água foram desviadas da represa de Mosul, o reservatório de água mais importante do Iraque, para evitar que as colheitas sequem.
Devido ao baixo nível da água, a cidade desaparecida emergiu à beira do reservatório.
“Vi em imagens de satélite que o nível da água estava caindo, mas não estava claro quando a água voltaria a subir. Então, tínhamos uma janela de tempo desconhecida”, disse a arqueóloga alemã Ivana Puljiz, professora júnior da Universidade de Freiburg. .
Mas os arqueólogos sabiam que o local – conhecido como Kemune – era interessante. Assim, Puljiz se reuniu com Hasan Ahmed Qasim, arqueólogo curdo e diretor da Organização de Arqueologia do Curdistão, e Peter Pfälzner, professor alemão de arqueologia da Universidade de Tübingen, para realizar uma escavação espontânea de resgate.
Eles rapidamente reuniram uma equipe de arqueólogos alemães e curdos para descobrir e documentar o máximo possível do grande sítio.
Escavação de emergência revelou grandes edifícios
A equipe pesquisou a cidade da Idade do Bronze por sete semanas em janeiro e fevereiro de 2022, antes de ser completamente inundada novamente.
Durante uma fase seca parecida em 2018, os pesquisadores descobriram um palácio semelhante a uma fortaleza localizado nas proximidades de uma pequena colina. Era delimitado por um grande muro de terraço.
Antes que a cidade em ruínas fosse submersa novamente pelo reservatório, os arqueólogos cobriram os edifícios escavados com um filme plástico apertado e cascalho para protegê-los de mais danos. Com sorte, a cidade perdida dos Mitanni reaparecerá outra vez.



Com informações da DW