A foto acima, tirada na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, correu o mundo. Ela mostra um dos atos pela democracia no Brasil, promovidos nesta quinta, 11 de agosto de 2022, em diversas universidades brasileiras. Um dia histórico!
A leitura da carta em defesa da democracia no nosso país foi destaque nos maiores jornais do mundo. Veículos de imprensa dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, entre outros, – e diversas agências internacionais de notícias – publicaram reportagens a manifestação no centro de São Paulo para pedir respeito à democracia no Brasil
Em São Paulo, o evento reuniu juristas, artistas, empresários e movimentos sociais para pedir respeito ao sistema eleitoral no Brasil, em uma carta importante lida à nação. O movimento apartidário, que aconteceu simultaneamente em diversas outras universidades brasileiras, foi uma demonstração de união, força e resistência.
Carta com quase 1 milhão de assinaturas
No ato, foi lido um manifesto intitulado “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”.
O documento foi organizado por ex-alunos da Faculdade de Direito da USP e conta com mais de 930 mil signatários.
A manifestação foi reproduzida em várias universidades públicas do Brasil no mesmo dia.
Repercussão nos jornais internacionais
Reino Unido – ‘The Guardian’
O jornal afirmou que a carta recebeu apoio de pessoas importantes em setores empresariais, políticos, cientistas e artistas, e foi publicada depois que o presidente Jair Bolsonaro aumentou seus ataques ao sistema de votação e que as pessoas foram convocadas a fazer protestos na rua uma última vez antes das eleições, em 2 de outubro.
Estados Unidos – ‘Washington Post’
O “Washington Post” reproduziu um texto da agência Associated Press.
A reportagem cita o ato de 1977 que serviu de inspiração para os eventos desta quinta-feira: “As massas foram à escola de direito da Universidade de São Paulo para ouvir uma leitura de ‘Uma Carta aos Brasileiros”, um manifesto que pedia o retorno do estado de direito. Nesta quinta-feira, eles ouviram declarações em defesa da democracia e do sistema eleitoral do país, que o presidente Jair Bolsonaro atacou repetidas vezes em sua defesa pela sua reeleição”.
França – ‘Les Temps’ e ‘Le Figaro’
O jornal francês ‘Les Temps’ também lembra que faltam dois meses para a votação, e afirma que Jair Bolsonaro pode contestar os resultados das urnas —a carta, diz o texto, pede respeito ao processo eleitoral.
No “Le Figaro”, afirma-se que Bolsonaro “recebeu um aviso sério” porque “continua atacando o sistema eleitoral”.
“Pela primeira vez, a sociedade civil e os empregadores se posicionaram em defesa da democracia brasileira em ‘momento de imenso perigo’ para as instituições do maior país da América Latina”, diz o texto.
O “Le Figaro” lembra que as urnas eletrônicas existem há 25 anos e afirma que as alegações de fraude por parte do presidente, nunca comprovadas, podem ser apenas um pretexto para preparar o terreno para não reconhecer os resultados em caso de derrota, como o ataque dos apoiadores de Donald Trump ao Capitólio, nos EUA em 2021.
Espanha – ‘El País’
O “El País” afirma que o evento foi organizado “pela prestigiosa Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo”, e, citando a carta, diz que o país passa por um momento de grande perigo para a normalidade democrática.
A reportagem do jornal espanhol diz que a carta pede para que os brasileiros fiquem alertas para defender a democracia e o respeito aos resultados das eleições.
O movimento foi apontado como o mais importante desde o comício das Diretas Já, na praça da Sé, em São Paulo, em 1984. A diferença é que desta vez não foi um grande ato em um único local, mas um movimento disseminado, coordenado por intelectuais, artistas e entidades.
Apartidário e altamente político
O jornalista José Marcelo, da coluna Ponto e Vírgula, explicou como a organização do evento fez para afastar políticos do ato desta quinta, 11 de agosto:
“Não foi por acaso que desta vez as bandeiras de partidos não apareceram na manifestação da USP. Alguns apoiadores de candidatos até que tentaram, mas ficaram isolados do lado de fora. Os organizadores do ato e da leitura da carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiros fizeram questão de deixar claro o caráter apartidário do movimento. Na universidade […] até a escolha de quem discursaria foi pensada para evitar que o movimento ganhasse contornos de defesa de uma candidatura específica. A coordenação do ato entende que uma fagulha foi acesa e que essa manifestação pode seguir gerando frutos”, concluiu.
Democracia é liberdade, é ter direitos e deveres respeitados. E ter o poder de escolha dos nossos representantes. Sim, somos democratas aqui no Só Notícia Boa e não abrimos mãos dessa conquista!
Com informações da Isto É, G1 e Ponto e Vírgula