O dia que o menino Joey Leathwood, de 2 anos, entrou no mar pela primeira vez não foi uma emoção só para ele, mas para muitos desconhecidos, que encheram o coração de felicidade com a ração do garotinho.
Joey tem paralisia cerebral e a aventura de curtir uma praia parecia algo distante, mas mudou graças a acessibilidade gerada por uma equipe da em Skegness Beach, Lincolnshire, na Inglaterra.
O pessoal conseguiu uma cadeira que permitiu levar o garotinho por toda a areia, chegando até o mar. O registro foi feito na última sexta-feira (19) e viralizou na web. [veja o vídeo no final da matéria]
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Hipersensibilidade
A hipersensibilidade comum em pacientes com paralisia cerebral, faz com que certas texturas, ruídos ou espaços lotados causem uma sensação de extremo incômodo, além de causar músculos tensos e rígidos, tornando a caminhada extremamente difícil.
“Ele não gosta de certas texturas, como grama, areia, neve e coisas fofas, então, normalmente, evitamos a praia, pois ele fica doente se não consegue processar um sentimento e acaba preso em seu carrinho, longe do mar”, explica a mãe dele, Helen, 34.
“Como ele não consegue se sentar, é impossível brincar com meus outros filhos e ter Joey como parte disso – até que conseguimos a cadeira de rodas Hippocampe da BeachAbility”, relata.
Joey nunca tinha tido nenhum contato com o mar. Helen conta que ele se divertiu e deu risada vendo e sentindo o movimento das ondas.
Segundo sua mãe, foi a primeira vez, o menino pôde se divertir junto dos irmãos, Connor, 11, e Maisie, 8, perto do mar, e a sensação da família foi indescritível.
Acessibilidade importa
O vídeo fala por si só e mostra toda a alegria do pequeno, que não contém o riso e a emoção. Quando vem uma onda, o menino até joga a cabeça para trás, abrindo um sorriso. Outra onda balança sua cadeira e a mãe ri, por trás da câmera, assim como o pai, Tom, 37, que o ajuda com a cadeira.
Tudo isso foi possível graças a uma cadeira de rodas especial, que é resistente à água e tem rodas infláveis, projetadas especialmente para deslizar na água e na areia, sem atolar. Com ela, dá para entrar na água, sem ficar preso.
A estrutura é de aço inoxidável e não sofre com a corrosão pelo contato com a água. Há a possibilidade de colocar esquis embaixo também, para usar o equipamento na neve. O custo do equipamento chega a quase R$ 20 mil.
Fabricada pela empresa francesa Vipamat, a cadeira se chama Hippocampe e foi emprestada à família, sem custo, pela ONG BeachAbility. A instituição foi fundada em 2012 por Sharon Gray, diagnosticada com uma doença do neurônio motor. Ela doou a primeira cadeira de rodas.
“A cadeira deu a ele o suporte corporal de que ele precisava. Além disso, foi muito fácil empurrar a areia e, claro, entrar na água”, comemorou Helen.
“Também foi uma boa barreira para ele não precisar tocar em nenhuma areia. Ele conseguiu ficar tão feliz e passar parte do dia com seu irmão e irmã. Ele adorou ver as ondas batendo no topo da cadeira e ainda se sentia seguro”.
“Honestamente, não posso elogiar o grupo o suficiente e gostaria que houvesse equipamentos como este disponíveis anos atrás, pois teria ajudado muitas pessoas”, diz.
“Meu menino gosta tanto de água e, embora não consiga sustentar o corpo o suficiente para ficar sentado sem ajuda, hoje ele entrou no mar pela primeira vez com quase três anos e, honestamente, nunca riu tanto”, disse Tom, o pai.
“Este grupo deu a tantas pessoas de todas as idades a chance de estar ‘à beira-mar’ e não posso agradecer o suficiente. Deu ao meu filho a chance de experimentar as ondas e a beleza da Mãe Natureza, em vez de se sentir excluído e diferente”, completou.
Assista ao vídeo:
Com informações de Revista Crescer