O famoso personagem de Antoine de Saint–Exupéry, Pequeno Príncipe, reaparece sem os famosos cabelos rebeldes e se torna O Pequeno Príncipe Careca. A adaptação do cartunista Arisson Tavares, foi feita para uma campanha na luta contra o câncer infanto-juvenil e se transformou em uma obra literária, que agora chega às livrarias do Brasil e Portugal pela Flamingo Edições.
No livro, o pequeno príncipe aparece fazendo quimioterapia, para quebrar preconceitos e incentivar o combate à doença.
“É o meu quarto livro publicado, mas a emoção é sempre a mesma. Neste, em especial, foi marcante por envolver uma causa tão forte. Como pai, meu desejo é que essa obra toque corações, sensibilize e conforte, assim como a obra original fez comigo”, disse Arisson Tavares em entrevista ao Só Notícia Boa.
A história
A narrativa manteve toda a essência da obra original, mas foi modernizada, com uma leitura mais leve e rápida.
O cenário também é diferente de abril de 1943, quando a primeira edição do livro foi publicada. A guerra agora é contra o câncer, doença que mais mata crianças e jovens de 1 a 19 anos no Brasil.
“Começou com uma ilustração para um cartaz da Abrace e quando percebemos já era uma história com início, meio e fim, contada em 30 capítulos diariamente nas redes sociais. Foi uma experiência intensa, mas incrível e cautelosa”, revelou o autor.
Personagens adaptados
A história é ambientada entre Brasília e Goiânia, apresentando detalhes reais da vegetação local. “Se o pequeno príncipe ama assistir o pôr do sol, imagina diante do lindo céu da capital do Brasil”, disse Arisson.
Nesta nova versão, o rei se transformou em um político. O piloto virou um médico com o carro quebrado na estrada. O bêbado trocou de vício, substituindo as garrafas por um celular conectado às redes sociais. O deserto se transformou no cerrado brasileiro, trazendo os tradicionais ipês da região.
Primeiros exemplares para crianças com câncer
Além da identificação com o príncipe fazendo quimioterapia e de incentivar o combate ao preconceito, a iniciativa se transformou em um projeto social com apoio do Instituto Sabin, que disponibilizou os primeiros exemplares do livro para famílias de pacientes com câncer em cuidados paliativos, bibliotecas, escolas públicas rurais e projetos sociais voltados para a causa.
“Quando o projeto chegou até nós, consideramos um encaixe perfeito com nossos focos de atuação. Através dessa obra podemos levar alegria e inspiração na luta de crianças e jovens contra o câncer”, explicou a instituição em nota.
Lançamento do livro
“Esta semana o livro deve ficar disponível nas livrarias parceiras: Travessa, Saraiva, Cultura, Leitura, Fnac…”, informou Arisson.
O lançamento está previsto para ser na Bienal de Brasília, no stand da ALB-DF, de 21 à 30 de outubro, no Pavilhão do Parque da Cidade, na capital federal.
Outros trabalhos
Arisson, que também é cartunista do Só Charge Boa, do Só Notícia Boa, já fez outras campanhas voltadas para a luta contra o câncer infantojuvenil.
Em 2021, produziu o gibi “O xerife mais rápido do faroeste“, que teve 10 mil exemplares distribuídos em escolas públicas e particulares para alertar de maneira lúdica os alunos sobre a importância do diagnóstico precoce, reconhecendo sintomas e sinais da doença.
Ele também venceu em 2021 o Prêmio de Comunicação da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, categoria “Campanhas de comunicação”, com a série de vídeos informativos “Câncer Infantojuvenil: Mito ou verdade?”.
“Para mim é uma grande alegria ver um trabalho meu sendo usado para este fim. As ilustrações podem falar muito quando ligadas a uma causa. Sensibilizar, divertir e ainda ensinar”, concluiu o artista.
O Pequeno Príncipe Careca
Mais informações sobre o livro no site do autor. Clique aqui para ver
O livro já está disponível no site da editora.
Confira o vídeo: