Tão grande quanto Júpiter e leve como um marshmallow. É exatamente assim que cientistas de universidades dos EUA descreveram um novo planeta descoberto, batizado de TOI-3757 b ou b Cen (AB)b.
Astrônomos do Observatório Nacional Kitt Peak, nos Estados Unidos, utilizavam um telescópio para investigar um corpo gasoso semelhante a Júpiter – a cerca de 580 anos-luz de distância no espaço profundo – quando descobriram o exoplaneta, como são chamados os planetas além do Sistema Solar.
A descoberta e toda a pesquisa estão publicadas em um estudo no The Astronomical Journal.
Planeta Marshmallow
O nome complicado acaba tirando um pouco da fofura deste planeta, que é um gigante com a densidade de marshmallows, com apenas 0,25 grama por centímetro cúbico, sendo que os marshmallows possuem densidade de 0,27 por centímetro cúbico.
Isso porque o TOI-3757 b é, na verdade, um planeta gasoso – assim como Saturno, Urano e Netuno. E planetas gasosos – a depender de sua composição, claro – podem possuir densidades baixas deste jeito.
O TOI-3757 b está a cerca de 500 anos-luz do nosso planeta. Ele orbita uma estrela anã vermelha do tipo K e está tão próximo do centro do sistema dele, que a órbita de translação dura apenas 3,4 dias.
“As estrelas anãs vermelhas são os membros menores e mais fracos das chamadas estrelas da sequência principal – estrelas que convertem hidrogênio em hélio em seus núcleos a uma taxa constante”, afirma a NASA.
“Embora “frias” em comparação com estrelas como o nosso Sol, as estrelas anãs vermelhas podem ser extremamente ativas e entrar em erupção com poderosas erupções capazes de retirar um planeta de sua atmosfera, tornando este sistema estelar um local aparentemente inóspito para formar um planeta como o TOI-3757 b”, explica a NASA.
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Gigante ‘fofinho’
Há duas hipóteses para explicar por que a atmosfera do planeta marshmallow ficou tão “fofinha”. Gigantes gasosos como Júpiter começam suas vidas como núcleos rochosos, e utilizam essa massa para atrair o gás ao redor à medida em que o sistema que habitam se forma — no caso de Júpiter, o Sistema Solar.
Já os planetas gigantes em torno de estrelas anãs vermelhas têm sido tradicionalmente considerados difíceis de formar, segundo Shubham Kanodia, investigador da Carnegie Institution for Science’s Earth and Planets Laboratory e autor principal do artigo publicado no The Astronomical Journal sobre o TOI-3757 b.
No caso do novo exoplaneta, ele chamou a atenção por apresentar um corpo celeste gasoso com a menor densidade entre as já observadas orbitando uma estrela anã dessa coloração.
O astro está em constante atividade, emitindo grande explosões, capazes até de tirar um planeta de sua atmosfera.
“Até agora, isso só foi analisado com pequenas amostras de pesquisas Doppler, que normalmente encontraram planetas gigantes mais distantes dessas estrelas anãs vermelhas. Até agora, não tivemos uma amostra grande o suficiente de planetas para encontrar planetas gasosos próximos de maneira robusta”, aponta o documento.
A expectativa é que o James Webb consiga listar de quais materiais é feita a atmosfera mais fofinha encontrada na órbita.
“Potenciais observações futuras da atmosfera deste planeta usando o novo Telescópio Espacial James Webb da NASA podem ajudar a esclarecer a sua natureza inchada”, disse Jessica Libby-Roberts, investigadora de pós-doutoramento na Pennsylvania State University.
Com informações do SpaceRef e TechExplorist