Em 27 anos, São Paulo conseguiu diminuir em 78% as mortes por Aids, doença que era um atestado de morte nos anos 90 e levou ídolos queridos como Freddie Mercury, Cazuza, Renato Russo, Zacarias (Os Trapalhões), Lauro Corona e o galã de Hollywood Rock Hudson, entre tantos outros famosos e anônimos.
A mortalidade por Aids no Estado cai desde 1995, quando ocorreu o pico de mortes pela doença. Os dados são da Fundação Seade do Governo de SP, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde.
Anunciada erroneamente na época pela imprensa mundial como “peste gay”, a Aids matou, só em 1995, 7.739 pessoas em SP, sendo 5.850 homens e 1.889 mulheres.
Em 2021 esse numero caiu para 1.719, sendo 1.237 entre a população masculina e 482 na feminina.
As taxas de mortalidade por Aids apontam visível queda em todas as regiões, com comportamentos diferenciados entre elas. No Estado de São Paulo, ocorreram 22,9 óbitos por 100 mil em 1995, 7,6 em 2010 e 3,8 em 2021.
Políticas públicas deram certo
Ainda não existe um remédio que cure a doença, apenas a promessa de uma vacina promissora que está em testes. Mas os tratamentos que o Brasil disponibiliza fazem muitos pacientes terem qualidade de vida e estarem vivos até hoje. A pílula do dia seguinte é outra alternativa.
“Os dados da atual pesquisa demonstram um resultado positivo das políticas públicas desenvolvida ao longo dos anos pelo Programa Estadual de IST/Aids e uma conscientização da população com relação aos métodos de prevenção”, afirmou o Coordenador do Centro de Referência e Treinamento de DST/Aids de São Paulo, Alexandre Gonçalves.
No início da década de 1990, quase 90% dos óbitos eram de pessoas com menos de 44 anos.
Com a introdução de novos tratamentos e melhorias na qualidade de vida dos portadores da doença, a sobrevida foi aumentando e, em 2021, há maior participação de pessoas com idade acima de 45 anos, que passaram a responder por quase 60% dessas ocorrências.
O avanço nos tratamentos
A idade média ao morrer evidencia o ganho trazido com os tratamentos oferecidos as pessoas vivendo com Aids. Em 1990 esse indicador era 33 anos para os homens, superior ao das mulheres (29 anos). Essa idade ampliou-se gradativamente para ambos os sexos, sendo que, desde 2015, a feminina passou a superar a masculina, chegando em 2021 a 49 anos para elas e 47 para eles.
“O avanço nos tratamentos são um motivo para comemoração neste Dia Mundial de Luta contra a Aids, mas também trazem um alerta importante para a necessidade da conscientização sobre a importância do uso de métodos preventivos, como a camisinha, entre outros métodos de prevenção combinada. Apesar dos tratamentos terem maior eficácia, não podemos deixar de lado a prevenção”, afirma Alexandre Gonçalves.
Dia Mundial de Luta Contra a Aids
Os eventos do Dia Mundial da Aids vão de 1 a 7 de dezembro.
O Centro de Referência e Treinamento-DST/AIDS-SP (CRT-DST/AIDS) realiza a ação Menos Discriminação e Mais Respeito, com a participação de municípios e sociedade civil, para promover medidas educativas contra o preconceito.
Já Campanha Fique Sabendo, em parceria com 642 municípios, distribuirá 200 mil testes para detecção de HIV e Sífilis, nos locais definidos pelas cidades.
Serão aproximadamente 900 ações em todo território Estadual com participação de 4000 unidades de saúde.
Continue usando camisinha
Sim, os tratamentos estão dando certo, mas ainda é preciso usar camisinha nas relações sexuais para evitar contrair o vírus HIV, que pode legar à Aids. Se liga!
Com informações da AgênciaAids