Uma semana após os atos antidemocráticos que chocaram o Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entregou ao Ministério da Cultura (Minc), o relatório que aponta todas as medidas de recuperação das peças danificadas durante as manifestações em Brasília.
Segundo o coordenador-técnico substituto do Iphan-DF, Maurício Goulart, o processo de recuperação das peças danificadas em Brasília será feito por um trabalho conjunto executado em três grupos diferentes.
“As ações emergenciais são aquelas voltadas para o restabelecimento do funcionamento dos edifícios, como danos em pisos, paredes e vidraças quebradas, e já estão em andamento. De maneira geral, o relatório mostra que a maioria dos danos aos edifícios é reversível”, afirmou.
As ações de médio prazo são aquelas que dependem de mapeamentos de danos e projetos de restauração. Por último, as de longo prazo, são a execução das obras decorrentes dos projetos.
O relatório, divulgado durante um encontro com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, traz um descritivo-fotográfico que apresenta um panorama dos danos causados a bens arquitetônicos protegidos pelo Instituto, nas sedes dos três Poderes e no entorno de Brasília.
Com o documento pronto, o Iphan vai orientar as próximas ações das instituições envolvidas, além da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
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O relatório
O documento apresentado pelo Iphan está dividido em quatro partes. Na primeira, o instituto descreveu os principais danos aos bens móveis e imóveis, com a listagem de medidas emergenciais, de médio e de longo prazo que podem ser tomadas com o objetivo de restaurar e devolver os bens a seu estado prévio.
A segunda parte do relatório conta com possíveis fontes de recursos para buscar apoio às ações de recuperação. O documento aponta que esse apoios podem ser pleiteados à Unesco, já que o Conjunto Urbanístico de Brasília é considerado um Patrimônio Mundial.
A terceira parte do relatório traz um levantamento preliminar de corpo técnico do Instituto, que pode contribuir com todas as etapas que vêm após a análise e restauro.
Por último, o Iphan apresentou os registros fotográficos das vistorias, com a descrição sintética dos danos encontrados.
Atos antidemocráticos
No último dia 8, o mundo assistiu verdadeiras cenas de barbárie em Brasília, quando manifestantes invadiram a Praça dos Três Poderes, na capital federal, onde estão os prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.
Em cenas que chocam pela violência, pelo desrespeito e pela agressividade, homens e mulheres promoveram uma destruição ao patrimônio público.
Enfurecidos, os manifestantes vandalizaram obras raras, peças de arte do período do Brasil colônia, acabaram com móveis utilizados no cotidiano da política brasileira.
Muitos dos responsáveis pelos atos foram identificados e, segundo as autoridades, serão punidos pela lei e vão ter que pagar do próprio bolso pela barbárie que fizeram.
Com informações de Gov.br.